27 Agosto 2021
Um bispo alemão que coordenada o fórum sobre sacerdócio no Caminho Sinodal alemão disse que ele é “cético” sobre isentar padres católicos do celibato.
O bispo Felix Genn, de Münster, disse que ele aceitaria que as pessoas decidissem não se tornar padre por não se sentirem chamados ao celibato, acrescentando: “talvez eles escolham outra profissão na Igreja”.
A reportagem é publicada por America, 26-08-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
O bispo falou em uma entrevista ao grupo editorial Bistumspresse em Osnabrück. Seus comentários foram então relatados pela agência de notícias católica alemã KNA.
“Como bispo, também vejo minha responsabilidade para com a igreja universal”, disse o dom Genn na entrevista.
Ele também expressou dúvidas sobre se o fórum chegaria a uma posição clara sobre o celibato. Ele disse que é provável que haja desacordo sobre se deve ser voluntário ou obrigatório.
O bispo apelou a uma mudança no estatuto dos sacerdotes, afirmando que não devem, em caso algum, continuar a ter sempre a palavra final. Os ministros da Igreja não devem ser vistos como intocáveis, “como pessoas onde parece inconcebível que também possam cometer erros massivos e até crimes”.
Stephan Buttgereit, secretário-geral da Associação Católica para os Serviços Sociais e co-presidente do fórum do Caminho Sinodal sobre “A Existência Sacerdotal hoje”, disse que os leigos também são os culpados por esta exaltação. Quando um bispo visitava paróquias, disse ele, era como os personagens de quadrinhos Asterix e Obelix.
“O chefe é carregado por cima do escudo, mas há pessoas abaixo dele que o levantam; eles também poderiam simplesmente deixá-lo ir”, disse Buttgereit. Ele disse que seria desastroso se a questão do celibato fosse bloqueada no fórum, onde os clérigos têm a maioria. Ele disse que era importante não “ficar parado”, mas também não rejeitar completamente o celibato. Ele acrescentou que o debate também deve se concentrar no que é necessário para viver bem o celibato.
Os bispos alemães e um conselho nacional de leigos projetaram o Caminho Sinodal para discutir questões de poder, moralidade sexual, vida sacerdotal e o papel das mulheres na Igreja.
A pandemia interrompeu o cronograma do Caminho Sinodal, que começou em dezembro de 2019 e estava programado para durar dois anos. O objetivo é restaurar a confiança na Igreja, perdida no escândalo de abusos do clero depois que a Conferência dos Bispos Alemães divulgou um estudo que revelou cerca de 3.700 casos de abuso sexual relatados na Igreja alemã de 1946 a 2014.
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Alemanha. Bispo é cético sobre isentar padres do celibato – tema que se discute no Caminho Sinodal alemão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU