16 Julho 2021
A possibilidade de a Igreja Católica irlandesa optar por usar um texto bíblico inclusivo em seu Lecionário parece cada vez mais provável.
A reportagem é de Sarah Mac Donald, publicada em The Tablet, 14-07-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O executivo da Associação de Lideranças Missionárias e Religiosas da Irlanda (AMRI) recomendou que a Conferência Episcopal Irlandesa use a Revised New Jerusalem Bible (RNJB).
A associação, que representa 150 organizações religiosas, sociedades missionárias e grupos apostólicos na Irlanda, com quase 7.000 membros, prestou homenagem à disponibilidade dos bispos de fazer uma ampla consulta sobre o assunto. A The Tablet entende que os bispos irlandeses estão levando em consideração a RNJB.
Em sua submissão à consulta, a AMRI disse: “Como ouvintes da Palavra, permitimos que as Escrituras nos influenciem e nos alimentem. Portanto, é importante que tenhamos um texto linguístico confiável e inclusivo, que seja igualmente atraente, acessível, fácil de usar e memorável”.
O grupo alertou que uma tradução do Lecionário que usa expressões arcaicas e uma linguagem excludente seria uma barreira para todos, mas especialmente para quem não tem o inglês como sua primeira língua.
A AMRI também apresentou uma série de comparações entre a English Standard Version (ESV), cuja edição católica será usada no novo Lecionário na Inglaterra, País de Gales e Escócia, e a RNJB em sua apresentação, para enfatizar as suas preocupações.
Ela criticou a tradução da ESV dos livros deuterocanônicos como “uma redação muito leve da antiga RSV [Revised Standard Version] de muitos anos atrás. Existem um ou dois ajustes por capítulo. Em outras palavras, não se trata de uma tradução nova, mas de uma reimpressão um tanto preguiçosa. O mesmo pode ser dito geralmente sobre a ESV. O inglês, da forma como é falado, avançou”.
David Rose, secretário-geral da AMRI, disse que o executivo e a equipe da AMRI consultaram um estudioso das Escrituras e, assim, chegaram à sua conclusão. “As comparações de amostras aleatórias entre as duas versões na nossa submissão, por exemplo nas Cartas de São Paulo, ilustram a questão de que a Revised New Jerusalem Bible é provavelmente uma tradução mais precisa e definitivamente mais inclusiva no uso da linguagem.”
Ele acrescentou que “a realidade existente está reconhecendo a igualdade das mulheres, e a AMRI como um órgão de liderança eclesial tenta refletir isso na Igreja sempre que possível. Por isso, defendemos o uso de uma linguagem que seja inclusiva em relação às mulheres, e não excludente”.
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Lideranças da Igreja endossam tradução da Bíblia “mais inclusiva” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU