Luz verde do Papa sobre o primeiro cardeal no tribunal

Foto: Photo Claude TRUONG-NGOC | Wikimedia Commons

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

05 Julho 2021

 

Fala-se que a luz verde de Francisco para os juízes chegou em 19 de junho, mas agora já se trata de uma luz verde dada como certa. Nos últimos meses, as ações do Papa convergiram para o mesmo princípio que Bergoglio já havia esclarecido a respeito das acusações sobre a pedofilia: "Não haverá filhinhos de papai". A virada foi em 30 de abril, quando um motu proprio de Bergoglio estabeleceu que no Vaticano até cardeais e bispos, como todo mundo, devem ser julgados pelo tribunal ordinário, formado por juízes leigos. Até agora só podiam ser julgados por outros cardeais ou pelo próprio Pontífice. A única cláusula que ficou foi a do "assenso" do próprio Pontífice.

O comentário é de Gian Guido Vecchi, publicado por Corriere della Sera, 04-07-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

Dizem que Becciu não esperava por isso. Certamente, em 24 de setembro, quando o caso explodiu, Francisco impôs ao então prefeito da Congregação dos Santos a renúncia à liderança do dicastério e, sobretudo, aos "direitos e prerrogativas do cardinalato", um título esvaziado. É uma decisão grave, com bem poucos precedentes. "Fui tratado como o pior dos pedófilos, o Papa já me condenou", desabafou o cardeal ao Corriere. Depois, um esclarecimento: na tarde de 1º de abril, quinta-feira santa, Francisco celebrou a missa na casa de Becciu e não em São Pedro. O abraço, os telefonemas com o Papa ... Becciu via uma luz no horizonte. Outros falaram de um gesto de "misericórdia". Certamente o Papa sempre se refere ao "princípio jurídico fundamental" da presunção de inocência, mas quer que a justiça, para o resto, siga seu curso de maneira autônoma.

Que seja esclarecido o que aconteceu e nunca mais se repita: a Secretaria de Estado não terá mais fundos reservados, a gestão passou para a APSA. A dureza da decisão de setembro permanece. Alguns falam de provas esmagadoras e outros de pressões sobre o Papa por vingança ou a eliminação de um possível candidato ao conclave. Apenas boatos, as "fofocas" muitas vezes denunciadas por Francisco. Mas os rumores falam muito sobre o clima da Cúria, que ainda está dividida. 

 

Leia mais