15 Março 2021
"As espigas vazias e leves se erguem no alto, balançando alegremente acima da extensão de espigas cheias de grãos que, ao invés disso, se curvam e se escondem. A parábola é clara: quem continua a sinalizar-se, a ficar na crista da onda, a amar a visibilidade, o primeiro plano, a notoriedade muitas vezes é tolo e vazio", esceve Gianfranco Ravasi, prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, em comentário publicado por Il Sole 24 Ore, 14-03-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Os sábios são como espigas de trigo: enquanto estão vazias, ficam eretas e orgulhosas; mas assim que ficam cheias de grãos, começam a abaixar a cabeça.
Foi um dos autores mais envolvidos em nossa coluna desde o primeiro número, há muitos anos. Estamos falando do escritor moralista francês Michel de Montaigne: é de seus Ensaios que extraímos nossa citação.
A imagem adotada é muito eficaz e é deduzida do campo, através de um olhar rápido e imediato.
As espigas vazias e leves se erguem no alto, balançando alegremente acima da extensão de espigas cheias de grãos que, ao invés disso, se curvam e se escondem.
A parábola é clara: quem continua a sinalizar-se, a ficar na crista da onda, a amar a visibilidade, o primeiro plano, a notoriedade muitas vezes é tolo e vazio. Basta pensar em algumas personalidades da televisão, por exemplo, os "famosos" habitantes de "ilhas" onde a vulgaridade costuma reinar. Eles se destacam, mas felizmente estão destinados a secar muito rapidamente sem deixar vestígios. O sábio, por outro lado, ama a reflexão calma, a quietude, o silêncio e a humilde ocultação.
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Espigas vazias e cheias. Comentário de Gianfranco Ravasi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU