25 Fevereiro 2021
"O ato de parar é o mais difícil e corajoso. Para agir com sabedoria ou viver uma experiência plenamente humana, devemos recuperar o domínio de nós mesmos", escreve Gianfranco Ravasi, prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, em comentário publicado por Giornale, 21-02-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis o comentário.
Há momentos em que deveríamos simplesmente ficar sentados e não fazer nada. Para aquele que permitiu que sua atividade o levasse totalmente para o lado externo, nada é mais difícil do que sentar-se quieto e calado. O ato de parar é o mais difícil e corajoso. Para agir com sabedoria ou viver uma experiência plenamente humana, devemos recuperar o domínio de nós mesmos.
Ele foi um dos místicos mais lidos e ouvidos até mesmo pelos não crentes: Thomas Merton, nascido na França em 1915, se converteu e se tornou um monge trapista nos Estados Unidos e morreu em Bangkok em 1968, durante uma de suas transmigrações espirituais, ele ainda fala hoje, aliás, especialmente em nossos dias tão frenéticos e estressantes, através do texto que extraímos de uma de suas obras, Nenhum homem é uma ilha (1953). Propomos o texto neste domingo que se encontra no limiar de um tempo que no passado tinha um forte significado, a Quaresma. Agora é praticamente ignorado, mas, mesmo laicamente, poderia ser recuperado como um momento de reflexão.
Claro, sentar-se com o sombreiro abaixado sobre olhos sonolentos, à beira da estrada na inércia de uma tarde escaldante, como mostrava uma imagem publicitária do passado, não é a imagem a se sobrepor às palavras de Merton. O seu, de fato, não é um convite ao puro e simples desapego das angústias da vida moderna. Em vez disso, é "reentrar no homem interior", para usar uma expressão de Santo Agostinho, ou seja, é parar, ficar em silêncio e olhar para dentro da alma.
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#Ficar sentados. Comentário de Gianfranco Ravasi - Instituto Humanitas Unisinos - IHU