Índice de desmatamento só perde para o recorde histórico no primeiro ano do governo Bolsonaro.
A reportagem é de Solange A. Barreira, publicada por EcoDebate, 11-01-2021.
Os alertas de desmatamento atingiram 216 km2 em dezembro do ano passado, segundo divulgou na sexta-feira (8/1), o Instituto Nacional de Estudos Espaciais (Inpe). A área é 14% maior do que a verificada no mesmo mês de 2019 e fecha o ano civil de 2020 (jan-dez) com um total de 8.426 km2, a segunda pior marca anual do sistema de monitoramento Deter, iniciado em 2015.
O índice de 2020 ficou abaixo apenas do recorde histórico de 2019, com 9.178 km2 desmatados. Assim, os dois anos do governo Bolsonaro consolidam o pior cenário de alertas detectado pelo sistema na região amazônica. A média dos três anos anteriores a sua posse (2016 a 2018) foi de 4.845 km2. Já nos 24 meses de gestão Bolsonaro, a média anual foi de 8.802 km2, um aumento de mais de 81%.
Dezembro foi o sétimo mês da Operação Verde Brasil 2, na qual o Exército foi enviado à Amazônia, em tese, para combater as queimadas e crimes ambientais. Porém, mesmo com a presença os militares na região, o desmatamento continua apresentando números alarmantes e os focos de calor fecharam o ano com alta de 15%.
“Bolsonaro tem dois anos de mandato e os dois piores anos de Deter ocorreram na gestão dele. As queimadas, tanto na Amazônia quanto no Pantanal, também cresceram por dois anos consecutivos. Não é coincidência, mas sim o resultado das políticas de destruição ambiental implementadas pelo atual governo”, avalia Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
O Deter foi criado para monitorar e emitir alertas sobre o desmatamento, orientando a fiscalização. Seus números apresentam estimativas confiáveis sobre o ritmo de derrubada da floresta. Contudo, os alertas não são o índice oficial de desmatamento do país, o que é calculado pelo sistema Prodes, também do Inpe.
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