30 Novembro 2020
Por ocasião do Dia Mundial de Combate à Violência contra a Mulher, a Comissão Episcopal Justiça e Paz da Arquidiocese de Porto Príncipe, no Haiti, junto com a Plataforma Haitiana para a Defesa do Desenvolvimento Alternativo (PAPDA), a Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos e outras organizações sociais pelos direitos humanos, lançaram uma campanha em favor das mulheres e crianças que sofreram violência dos soldados da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, na sigla em francês).
A reportagem é publicada por Agência Fides, 27-11-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Segundo a nota enviada à Fides, durante uma coletiva de imprensa realizada no dia 23 de novembro, Camille Charlemers, uma das responsáveis da PAPDA, anunciou uma série de atividades entre os dias 25 de novembro e 10 de dezembro em diversas cidades do país.
Os atos cometidos contra a população haitiana não devem ficar impunes, segundo Charlemers, que acusa as Nações Unidas de ajudarem a fortalecer a cultura da impunidade no Haiti.
As críticas à missão da ONU no Haiti remontam a muitos anos. No dia 11 de setembro de 2014, a PAPDA, que reúne quase todos os movimentos sociais presentes no Haiti, apresentou um relatório que contestava a intervenção do então secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, sobre a situação política e institucional no Haiti, feito no Conselho de Segurança da ONU.
Paradoxalmente, só as organizações internacionais são aquelas que, na prática, intervêm para relatar a verdadeira situação desse país e pedir ajuda. Em um relatório divulgado em novembro de 2020 sobre o aumento das taxas de fome no mundo, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA) pedem uma ação urgente e coordenada para evitar uma piora da insegurança alimentar no Haiti.
O relatório estima que quatro milhões de pessoas (40% da população) no Haiti estão em estado de insegurança alimentar: Fase 3 (Crise) e Fase 4 (Emergência) do Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês). A situação poderia piorar entre março e junho de 2021.
Além das condições climáticas extremas, as crises sociopolíticas, o clima de insegurança, o impacto socioeconômico da Covid-19 estão entre os principais fatores que contribuíram para o agravamento da insegurança alimentos no país, explica José Luis Fernández, representante da FAO no Haiti.
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Haiti: campanha pelas mulheres e crianças vítimas de violência dos soldados da Minustah - Instituto Humanitas Unisinos - IHU