Bispo da Amazônia peruana infectado pelo coronavírus

O coronavírus chegou à Amazônia, o que representa uma situação de extrema gravidade para os povos da região, uma vez que as terríveis conseqüências que está provocando em todo o planeta se somam aos poucos recursos de saúde disponíveis e às grandes distâncias que dificultam o acesso a um hospital.

A reportagem é de Luis Miguel Modino.

Acabou de ser descoberto que Dom José Javier Travieso, bispo do Vicariato de San José del Amazonas, Peru, está entre os infectados pela doença. Segundo informações da Rede Eclesial Pan-Amazônica - REPAM, que registra diariamente casos confirmados nas mais de 100 circunscrições eclesiásticas em toda a Amazônia, até 22 de março, dois casos haviam sido confirmados no Vicariato de San José del Amazonas e 14 no Vicariato de Iquitos, onde vive o bispo, nascido na Espanha em 1952 e missionário no Peru há mais de 30 anos.

A epidemia de coronavírus se junta a uma epidemia de dengue que se espalhou por toda a região de Loreto por várias semanas e que já causou dezenas de mortes, algo que tem sido repetidamente denunciado por missionários da região. O Vicariato de San José del Amazonas acaba de emitir uma declaração, assinada por seu vigário geral, César Luis Caro Puértolas, na qual informa que o bispo, após sentir alguns sintomas da doença e desconforto geral nos últimos dias, ele foi testado neste domingo, 22 de março, no Hospital Regional de Loreto, testando positivo.

Dom Javier Travieso foi diagnosticado com "uma leve infecção pulmonar, além da presença de COVID-19", segundo o comunicado. Após as primeiras horas de tratamento, a evolução é favorável, embora seja mantido em completo isolamento nos próximos dois ou três dias. Do Vicariato, foi elaborada uma lista de pessoas que estiveram em contato com o bispo nos últimos 14 dias, que foram levada ao conhecimento das autoridades de saúde, que recomendaram o isolamento completo enquanto aguardavam evidências.

Dom José Javier Travieso (Foto: Luis Miguel Modino)

O comunicado aproveita a oportunidade para "fazer um apelo à população para que respeite as instruções do governo do Peru e mantenha a calma", pedindo confiança no Deus da misericórdia que nunca nos abandona.