04 Julho 2019
O desmatamento na Amazônia em junho foi o pior desde 2016 e, em comparação com o mesmo período do ano passado, cresceu 88%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e saíram do sistema Terra Brasillis, que fiscaliza, por imagens aéreas, alertas de focos de desmatamento no país. Foram desmatados 951 km2 no mês passado, sem contar fatores como incêndios florestais e a exploração comercial de florestas plantadas. Pegando o acumulado entre agosto de 2018 e junho deste ano, o desmatamento cresceu 15% em relação aos 12 meses anteriores.
A informação é publicada por Outra Saúde, 04-07-2019.
As informações precisam ainda ser analisadas junto com outras fontes: o Terra Brasilis não consolida o desmatamento como o MapBiomas, que reúne informações coletadas ao longo do ano e 'limpa' interferências possíveis, como nuvens, para apresentar o dado consolidado.
De todo modo, são muito preocupantes. Mas o governo federal, como de praxe, desconfia de dados. Pouco antes da divulgação, o ministro do GSI Augusto Heleno havia dito à BBC que os "índices de desmatamento na Amazônia são forjados". Já titular da Agricultura, Tereza Cristina, disse que "se houver preocupação, o Brasil vai agir, sim. Se não houver preocupação, nós vamos esclarecer os dados para todos, para maior transparência". Falou ainda que o Brasil não agride o meio ambiente e que é preciso "tirar um pouco desse ‘ideologismo’ " que cria tal imagem. Foi em uma coletiva sobre o acordo Mercosul-UE.
Até o momento não encontramos nenhuma declaração de Jair Bolsonaro. Nem no Twitter.
Ao mesmo tempo, um estudo publicado ontem na Science Advances indica que o Brasil é o país com maior área adequada para recuperação de florestas, com 100 milhões de hectares onde essa recuperação é viável.
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O desmatamento e o governo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU