Comunidades da Baixada Fluminense: retrato da volta da extrema pobreza

Foto: Agência Brasil

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07 Agosto 2018

Moradores de Parque João e de Jonas Godin vivem de perto desemprego e iminência da fome. Na base dessa pirâmide de desassistência está a Emenda Constitucional que congela investimentos sociais por 20 anos.

A reportagem é publicada por Rede Brasil Atual - RBA, 06-08-2018.

Com a volta do crescimento da extrema pobreza no Brasil, moradores das comunidades Parque João e Jonas Godin, na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro, denunciam a situação de vulnerabilidade social vivenciada. Divulgado no mês passado, o Relatório Luz 2018, trouxe em dados os desdobramentos do aumento do desemprego e a iminência da fome que ameaça os brasileiros e faz relembrar patamares de 12 anos atrás, quando o país apresentava quase 12 milhões de pessoas nesta situação.

De acordo com o pesquisador Francisco Menezes, coordenador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), desde 2017 as entidades civis vêm alertando sobre o aumento de indicativos do quadro da fome e a possibilidade do Brasil voltar a fazer parte do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU). "Agora já não temos mais muitas dúvidas", lamenta Menezes.

A líder comunitária Maria "Chocolate" do Carmo da Silva relata ver de perto a volta desses problemas sociais, com muitos pais indo até ela para buscar ajuda. "Tem famílias que você fica 'apavorada', porque quando você vai levar alguma coisa, chega na casa e vê que o cara não tem nada mesmo", afirma.

A estudante Leydimila Alves da Silva e Silva faz denuncia semelhante. "Às vezes a gente tem um arroz e feijão, às vezes a gente não tem", descreve, explicando que a situação decorre da diminuição dos trabalhos da mãe, que é faxineira e cuida ainda de mais duas irmãs pequenas. 

Na base dessa pirâmide de desassistência, o pesquisador cita a aprovação da Emenda Constitucional 95 – que congela investimentos sociais por 20 anos – como um dos principais fatores causadores dessa situação. "Do nosso ponto de vista (a emenda) é inconstitucional, porque ela começa a violar direitos que estão lá no artigo 6º da Constituição e precisamos revogar", alerta Menezes.

 

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