12 Abril 2018
A canonização de Dom Romero será em Roma, no domingo, 21 de outubro. Primeiramente, foi divulgada pelos comitês Óscar Romero e, agora, por uma fonte ainda mais próxima do Papa, o cardeal Maradiaga. Em sua passagem por Madri, para participar da 47ª Semana da Vida Consagrada, o purpurado hondurenho confirmou que “a canonização de Romero será no dia 21 de outubro, em Roma, coincidindo com o Sínodo dos Bispos”.
A reportagem é de José Manuel Vidal, publicada por Religión Digital, 11-04-2018. A tradução é do Cepat.
O prelado salvadorenho será canonizado, pois, nada menos que com o Papa Paulo VI e, talvez, com alguns outros santos ou santas, ainda sem especificar. O que, sim, parece confirmado é que, com este gesto da canonização conjunta do arcebispo Romero e do Papa Montini, o Papa Francisco quis ressaltar e unir na mesma cerimônia dois “emblemas” do Concílio Vaticano II.
É uma forma indireta e clara de dizer à Igreja que não há como voltar atrás na aplicação da abertura do Concílio e que, portanto, também não haverá retrocesso na implementação das reformas do Papa da primavera. Algumas reformas que não possuem outro roteiro que o Vaticano II.
Durante muito tempo, especulou-se sobre o lugar mais adequado para elevar aos altares o Santo da América. Com duas posturas em disputa. Alguns almejavam que ocorresse em sua pátria, El Salvador, aproveitando a viagem do Papa ao Panamá, para participar da Jornada Mundial da Juventude. Desta forma, El Salvador receberia a visita de Francisco, esperada como um bálsamo de esperança e de abertura de horizontes, para um país mergulhado no caos da violência das maras.
De fato, o cardeal Rosa Chávez, amigo do beato Romero, pede aos salvadorenhos que compreendam a canonização como ato de reconciliação para El Salvador, apesar deste ser um ano eleitoral e apesar da polarização que atinge o país. Rosa Chávez vem insistindo em que a santificação de Romero deve servir como um momento propício para o reencontro da sociedade salvadorenha.
Fonte: Religión Digital
Tanto é assim que no país centro-americano começou a circular uma campanha, liderada por María López Vigil, para pedir ao Papa que canonize Romero em Roma. Entre outras coisas, porque se teme que pudesse servir como desculpa para uma maior explosão da violência. E também não querem que a figura do arcebispo assassinado seja instrumentalizada e “domesticada” pela direita ultraconservadora, tanto de forma política como religiosa.
Outros, por sua parte, desejavam que a canonização fosse celebrada em Roma, para universalizar, mais ainda se possível, a figura do beato salvadorenho, que já é São Romero da América, mas, a partir do Vaticano, pode se tornar São Romero do mundo e alcançar uma posição de ícone mundial da solidariedade e do martírio.
Fonte: Religión Digital
A sorte está lançada, na ausência de comunicação oficial vaticana. Além das razões conjunturais e ressonância mundial, parece que aquilo que definitivamente inclinou o fiel da balança em favor de Roma foi o interesse do próprio Papa Francisco, que quer elevar pessoalmente aos altares seu ‘papa preferido’ e o arcebispo que tanto admira.
Em Roma, contam que a única coisa que traz dor ao Papa é que, ao canonizar Romero em Roma, os pobres, seus amados pobres salvadorenhos não poderão participar da cerimônia e não se descarta que o Vaticano possa ajudar, direta ou indiretamente, famílias pobres salvadorenhas, para que possam participar do evento.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Romero e Paulo VI serão canonizados juntos, em Roma, no dia 21 de outubro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU