• Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
close
search
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato
search

##TWEET

Tweet

Brasil nas pegadas do México. Artigo de Raúl Zibechi

Mais Lidos

  • Segundo a ministra-presidente do Supremo Tribunal Militar, o país necessita de vigilância constante

    “O Brasil tem uma tradição autoritária, com surtos de liberalidade”. Entrevista especial com Maria Elizabeth Rocha

    LER MAIS
  • A herança crioula do Papa Leão XIV destaca a complexa história do racismo e da Igreja nos Estados Unidos

    LER MAIS
  • Carta aberta ao Papa Leão XIV: “Chegou a hora de derrubar muros”

    LER MAIS

Vídeos IHU

  • play_circle_outline

    MPVM - 4º domingo de Páscoa – Ano C – A missão de cuidar da vida e cuidar da humanidade

close

FECHAR

Image

COMPARTILHAR

  • FACEBOOK

  • X

  • IMPRIMIR PDF

  • WHATSAPP

close CANCELAR

share

04 Março 2018

“As intervenções [militares] são sumamente exitosas para se atingir os objetivos não confessáveis das classes dominantes e seus governos: o controle e extermínio da população potencialmente rebelde ou não integrável. Esta é a razão que move a militarizar países inteiros na América Latina, sem tocar na desigualdade, que é a causa de fundo da violência”, escreve o jornalista e analista político uruguaio Raúl Zibechi, em artigo publicado por La Jornada, 02-03-2018. A tradução é do Cepat.

Eis o artigo.

O governo de Michel Temer entregou a segurança do Rio de Janeiro às forças armadas, no último dia 16 de fevereiro. Corporações policiais, bombeiros e prisões passaram a ser administrados pelos militares. A escusa, como sempre, é a violência e o narcotráfico, que existem e são enormemente perigosos para a população. O Rio é uma das cidades mais violentas do mundo. Em 2017, houve 6.731 mortos e 16 tiroteios diários, com um saldo mínimo de duas pessoas mortas em cada um, quase sempre negros. Das 50 cidades mais violentas do mundo, 19 são brasileiras e 43 latino-americanas. Em paralelo, o Brasil está entre os 10 países mais desiguais do mundo, alguns deles também os mais violentos, como Haiti, Colômbia, Honduras, Panamá e México.

Não digo que não se deva votar. Pergunto-me para quê

No caso do Rio de Janeiro, a atuação dos uniformizados tem uma característica especial: foca-se nas favelas, ou seja, vai contra a população pobre, negra e jovem. Nas 750 favelas do Rio vivem 1,5 dos 6 milhões de habitantes da cidade. Os militares se colocam nas saídas e fotografam todas as pessoas, solicitam-lhes documentos e confirmam sua identidade. Nunca havia sido feito este tipo de controle de forma tão massiva e tão específica.

Não é a primeira vez que os militares se encarregam da ordem pública no Brasil. No Rio, os militares intervieram 11 vezes no ano anterior, no contexto das missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), uma legislação que foi aplicada em grandes atividades como as visitas do Papa e o Mundial de Futebol. Desde 2008, em 14 ocasiões, assumiram funções de polícia. No entanto, agora se trata de uma ocupação militar que abarca todo o estado. Muitos analistas enfatizaram que a intervenção está destinada ao fracasso, já que as anteriores, ainda que sendo pontuais, não conseguiram grande coisa. Acrescentam o fracasso das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), que em seu momento foram glorificadas como a grande solução ao problema da insegurança, já que se instalavam nas próprias favelas, como uma polícia de proximidade.

Em paralelo, os analistas recordam que a guerra contra as drogas no México é um fracasso estrondoso, que até o momento foi saldado com mais de 200.000 mortos e 30.000 desaparecidos, ao passo que o narcotráfico está longe de ter sido derrotado e se fortaleceu.

O que quer dizer governar quando estamos diante de formas de controle que só aceitam o voto a cada quatro, cinco ou seis anos? Qual a utilidade de se colocar todo o empenho político nas urnas, se fraudam e se consolidam com os militares na rua, como acontece em Honduras?

No entanto, acredito que seria necessário destacar que estas leituras são parciais, porque na realidade estas intervenções são sumamente exitosas para se atingir os objetivos não confessáveis das classes dominantes e seus governos: o controle e extermínio da população potencialmente rebelde ou não integrável. Esta é a razão que move a militarizar países inteiros na América Latina, sem tocar na desigualdade, que é a causa de fundo da violência.

Penso que há quatro razões que dão margem à impressão de que estamos diante de intervenções sumamente exitosas no Brasil, mas também na América Central, México e Colômbia, para citar os casos mais evidentes.

A primeira é que a militarização da segurança consegue revestir o Estado como o garantidor dos interesses do 1% mais rico, das grandes multinacionais, dos aparatos estatais armados e dos governos. Cabe se perguntar por que é necessário, neste período da história, proteger a esses setores. A resposta: porque dois terços da população está na intempérie, sem direitos sociais, à custa da acumulação por espoliação/quarta guerra mundial.

O sistema não oferece nada às maiorias negras (51% no Brasil), indígenas e mestiças. Só pobreza e péssimos serviços de saúde, educação e transporte. Não lhes oferece emprego digno, nem remunerações adequadas, empurra-os ao subemprego e a mal denominada informalidade. Em longo prazo, uma população que não recebe nada ou quase nada do sistema é chamada a se rebelar. Por isso militarizam, tarefa que estão cumprindo de forma exitosa, nesse momento.

A militarização, em escala macro, é complementada com um controle cada vez mais refinado, que apela às novas tecnologias para vigiar de perto e por dentro as comunidades que considera perigosas

A segunda é que a militarização, em escala macro, é complementada com um controle cada vez mais refinado, que apela às novas tecnologias para vigiar de perto e por dentro as comunidades que considera perigosas. Não pode ser por acaso que em todos os países são os mais pobres, ou seja, aqueles que podem desestabilizar o sistema, os que estão sendo controlados de modo mais implacável.

Apenas um exemplo. Quando doaram lâminas para as moradias em Chiapas, cuidaram de pintá-las para que de cima pudessem identificar as famílias não zapatistas. As políticas sociais que os progressistas enaltecem fazem parte desses modos de controle que nos fatos funcionam como métodos de contrassubversão.

A terceira questão é que o duplo controle, macro e micro, geral e singular, está sujeitando as sociedades em todo o mundo. Na Europa, são multas ou prisão para aqueles que abandonam o script. Na América Latina, é a morte e o desaparecimento para aqueles que se rebelam ou, simplesmente, aos que denunciam e se mobilizam. Já não se reprime só aqueles que se levantam com armas, como nos anos 1960 e 1970, mas toda a população.

Esta mudança nos modos de controle, isolando e sujeitando aqueles que podem se tornar rebeldes, ou não obedientes, é uma das mudanças mais notáveis que o sistema está aplicando neste período de caos, que pode acabar com o capitalismo e a dominação do 1%.

O Estado é uma hidra monstruosa a serviço do 1%

A quarta são perguntas. O que quer dizer governar quando estamos diante de formas de controle que só aceitam o voto a cada quatro, cinco ou seis anos? Qual a utilidade de se colocar todo o empenho político nas urnas, se fraudam e se consolidam com os militares na rua, como acontece em Honduras? Não digo que não se deva votar. Pergunto-me para quê.

Trata-se de seguir refletindo nossas estratégias. O Estado é uma hidra monstruosa a serviço do 1%. Isso não mudaria se chegássemos ao leme de direção, porque no topo da pirâmide seguirão os mesmos, com todo o poder para nos despejar quando considerarem conveniente.

Leia mais

  • “Maior erro dos progressismos foi não ter tocado a riqueza; agora vemos avanço continental das direitas”. Entrevista com Raúl Zibechi
  • Brasil, reserva regional de conservadorismo. Artigo de Raúl Zibechi
  • Do fim de ciclo à consolidação das direitas. Artigo de Raúl Zibechi
  • O fim das sociedades democráticas na América Latina. Artigo de Raúl Zibechi
  • Exceto o poder, tudo é ilusão. Artigo de Raúl Zibechi
  • Quando a esquerda é o problema. Artigo de Raúl Zibechi
  • ‘Forças Armadas não têm projeto de retomada de poder’, avalia cientista política
  • Protagonismo de militares preocupa entorno de Temer
  • A intervenção militar no Rio. O desafio é construir um Estado que destine os recursos públicos para a maioria da população. Entrevista especial com Jailson de Souza e Silva
  • Intervenção no Rio de Janeiro é mais uma encenação político-midiática. Entrevista especial com José Cláudio Alves
  • Temer faz aceno aos militares às vésperas da sucessão no Exército
  • Bancada da bala pega carona na intervenção federal no Rio para facilitar acesso a armas
  • Para Sérgio Adorno, intervenção no Rio mostra 'falência da política'
  • "Ministério da Segurança Pública e intervenção são medidas populistas"
  • 'Oportunidade' ou 'ação indefensável'? Intervenção federal divide ex-secretários de segurança do Rio
  • Intervenção no Rio: as regras do jogo democrático não são um “luxo para tempos de paz”
  • Intervenção polêmica no Rio
  • Organizações da Igreja católica lançam manifesto contra a intervenção militar no Rio de Janeiro
  • A intervenção federal no Rio e a ameaça aos direitos democráticos
  • Anistia diz que intervenção no Rio é medida extrema, imprecisa e põe vidas em risco
  • Intervenção no Rio: Procuradoria diz que mandado coletivo pressupõe que moradores de bairros pobres são 'naturalmente perigosos'
  • Intervenção federal no Rio desperta fantasmas sobre o papel do Exército
  • Intervenção no Rio: mandados de busca coletiva são ilegais e criminalizam pobreza, afirmam juristas
  • Intervenção no Rio e nosso frágil constitucionalismo
  • Intervenção federal gera temor em moradores de favelas do Rio
  • Intervenção com militares no Rio é “licença para matar”, diz Conselho Nacional dos Direitos Humanos
  • A Intervenção militar no Rio: dos juízes aos generais. Artigo de Luiz Eduardo Soares
  • "Precisamos é de intervenção social", diz Federação de Favelas do Rio
  • Intervenção federal no Rio, a nova cara das ações militares que fracassam há décadas
  • A quem serve a intervenção militar?
  • “Intervenção militar é legalizar a brutalidade do Estado”, afirma Luiz Eduardo Soares
  • Intervenção no Rio: Só um país que se perdeu declara guerra ao próprio povo
  • Bispo critica intervenção que “avilta militares e traz sofrimento aos pobres”

Notícias relacionadas

  • A ambígua e ineficiente política indigenista brasileira. Entrevista especial com Egydio Schwade

    LER MAIS
  • "A democracia brasileira é chata. Não entusiasma ninguém". Entrevista especial com Francisco de Oliveira

    LER MAIS
  • O grito de Jesus na cruz e seus ecos na contemporaneidade. Entrevista especial com Francine Bigaouette

    LER MAIS
  • João Goulart e um projeto de nação interrompido. Entrevista especial com Oswaldo Munteal

    LER MAIS
  • Início
  • Sobre o IHU
    • Gênese, missão e rotas
    • Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros
    • Rede SJ-Cias
      • CCIAS
      • CEPAT
  • Programas
    • Observasinos
    • Teologia Pública
    • IHU Fronteiras
    • Repensando a Economia
    • Sociedade Sustentável
  • Notícias
    • Mais notícias
    • Entrevistas
    • Páginas especiais
    • Jornalismo Experimental
    • IHUCAST
  • Publicações
    • Mais publicações
    • Revista IHU On-Line
  • Eventos
  • Espiritualidade
    • Comentário do Evangelho
    • Ministério da palavra na voz das Mulheres
    • Orações Inter-Religiosas Ilustradas
    • Martirológio Latino-Americano
    • Sínodo Pan-Amazônico
    • Mulheres na Igreja
  • Contato

Av. Unisinos, 950 - São Leopoldo - RS
CEP 93.022-750
Fone: +55 51 3590-8213
humanitas@unisinos.br
Copyright © 2016 - IHU - Todos direitos reservados