10 Dezembro 2017
Ela mata 6,5 milhões de pessoas a cada ano, em decorrência de doenças associadas aos poluentes do ar; São Paulo tem uma chance agora de reduzir esse problema.
A reportagem é publicada por Greenpeace, 07-12-2017.
A terceira Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA), que aconteceu em Nairóbi, no Quênia, esta semana, emitiu um alerta claro: estamos envenenando o meio ambiente e a si próprios em uma proporção alarmante. A degradação ambiental está relacionada a 12,6 milhões de mortes por ano no mundo, e poluição nas águas, no solo e no ar é responsável por 9 milhões dessas mortes. Mas 6.5 milhões delas são decorrentes apenas da poluição do ar.
Segundo o ministro do meio ambiente e energia da Costa Rica, Edgar Gutiérrez, que presidiu a assembleia com representantes de mais de 100 países, não dá mais para empurrar o problema com a barriga ou tentar ignorar sua gravidade. “Nosso objetivo comum deve ser o de adotar ações que reduzam a poluição drasticamente. Apenas através de fortes ações coletivas, podemos dar início à limpeza do planeta e salvar um número imensurável de vidas”, afirmou.
O relatório usado como base das discussões demonstra que 80% das cidades no mundo estão acima dos padrões de qualidade do ar da ONU. Várias capitais brasileiras fazem parte dessa realidade sombria, como São Paulo, cujo nível de poluição está 90% acima do considerado seguro. Mas se as cidades são parte do problema, também são a solução. A própria assembleia da ONU vem discutindo um plano para lidar com a poluição que passa, invariavelmente, pelo setor de transportes.
Nós mesmos, aqui no Greenpeace, já denunciamos em nossos estudos como essa poluição assassina é alimentada pela queima do diesel dos ônibus do transporte público na capital paulistana. Os números são igualmente alarmantes: cerca de 4 mil mortes ao ano e um custo de perda de produtividade (decorrente das mortes) de R$ 54 bilhões até 2050, além dos gastos milionários com internações no sistema público de saúde.
A cidade tem um projeto de lei que deve ser votado esta semana que traz metas mínimas de redução das emissões de poluentes do transporte público. Não podemos aceitar nada menos ambicioso ou relevante do que já está nas mãos dos vereadores. Precisamos dar um passo certo em direção à redução da poluição na cidade e na direção da eliminação do uso do petróleo no transporte. Manter o petróleo no solo, para que ele deixe de enterrar vidas é uma obrigação do poder público. Essa ação deve começar já!
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Poluição do ar é a maior assassina do planeta, afirma ONU - Instituto Humanitas Unisinos - IHU