26 Setembro 2017
A radiação emitida foi reduzida pela metade no local do acidente, em Goiânia, de acordo com o professor Daniel Junqueira Dorta, da USP de Ribeirão Preto.
A reportagem é de Giovanna Grepi, publicada por Rádio USP, 25-09-2017.
Ações durante o acidente com o césio-137 em Goiânia, em 1987 (Foto: National Nuclear Energy Commission (CNEN) / International Atomic Energy Agency)
Este mês, o acidente radiológico com o césio-137, em Goiânia, completa 30 anos. Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear, no âmbito radioativo, esse acidente só não foi maior que o da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia.O acidente aconteceu dia 13 de setembro de 1987, quando dois jovens catadores de papel encontraram em um prédio abandonado, onde funcionava uma clínica desativada, um aparelho de radioterapia contendo o elemento radioativo.
Ao desmontar a peça, os catadores se encantaram com 19 gramas de pó branco parecido com sal de cozinha que, no escuro, brilhava com uma coloração. O dono do ferro-velho, Devair Alves Ferreira, sem conhecimento dos riscos, exibiu o material para amigos e familiares. Só duas semanas depois é que foi descoberta a natureza do material.
O incidente virou tragédia, que deixou 129 pessoas contaminadas e quatro mortas por síndrome de radiação aguda. O professor Daniel Junqueira Dorta, do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), explica que não houve mudanças quanto aos cuidados com o descarte de aparelhos que emitem radiação. “Na verdade, já naquela época estava na forma errada”.
Além disso, ele fala da atual situação da radiação naquele local. Hoje, a radiação emitida foi reduzida pela metade, o chamado tempo de meia-vida. “Mais 30 anos, essa radiação deve cair 25%”.
Ouça o áudio aqui.
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30 anos após o acidente com o césio-137, em Goiânia, Brasil ainda não sabe o que fazer com material radioativo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU