17 Junho 2017
“Nós nunca poderemos nos desculpar suficientemente pela parte de responsabilidade que tivemos nesta tragédia de fidelidade e confiança quebradas”. Os bispos estadunidenses fizeram este mea culpa pelos escândalos de abusos sexuais de menores, no mesmo dia em que foi divulgado um relatório que reflete que, entre o dia 01 de julho de 2015 e 31 de janeiro de 2016, as autoridades receberam 1.318 denúncias por abusos a 1.232 pessoas.
A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 15-06-2017. A tradução é de André Langer.
Os cerca de 200 bispos dos Estados Unidos, reunidos esta semana em Indianápolis, celebraram na tarde desta quarta-feira, 14 de junho, uma liturgia especial em reparação às vítimas de abusos, segundo informa o CNS. Eles responderam ao convite do Papa Francisco para que cada Igreja nacional celebre semelhante dia de oração e penitência.
O cardeal Daniel DiNardo, arcebispo de Galveston-Houston e presidente do episcopado, presidiu esta missa, e no decorrer da qual declarou que “hoje há uma urgência especial em nossa oração”.
“Em solidariedade com os nossos irmãos bispos de todo o mundo”, afirmou o cardeal, “reconhecemos os pecados cometidos e pedimos tanto o perdão como a cura daqueles que sofreram abusos nas mãos de pessoas que deveriam tê-las protegido e cuidado”.
Na homilia, o arcebispo Wilton Gregory, de Atlanta, disse que “nesta missa, nós bispos pedimos humilde e sinceramente o perdão daqueles que foram prejudicados, ofendidos ou desencorajados por acontecimentos que, embora tivessem acontecido há muitos anos, continuam a ser fontes de angústia para eles e todos aqueles que os amam”.
O prelado quis aproveitar a missa para pedir perdão também a todos os membros da Igreja e sociedade estadunidense. Mas reservou seu mais sentido arrependimento e comoção para quando trouxe à lembrança o sofrimento das vítimas e de suas famílias.
“Pedimos humildemente o perdão... especialmente daqueles cujas vidas podem ter sido destruídas por nossa incapacidade de cuidar dos pequenos que nos foram confiados”, disse Gregory. “Também por qualquer decisão que tomamos ou deveríamos ter tomado que exacerbaram a dor e o sofrimento que toda a Igreja sentiu”.
E embora os bispos, reunidos em Assembleia Geral Ordinária, tenham se comprometido nessa mesma quarta-feira a colocar em prática o Estatuto Eclesial para a Proteção de Crianças e Jovens, que está em vigor na Igreja desde 2002, Gregory terminou sua homilia reconhecendo que “em última instância, tem que ser o próprio Senhor quem cura e reconcilia os corações daqueles que vivem com a dor da violação da lei de Deus”.
“Por nada menos que esta graça, e com corações sinceros, com espíritos arrependidos e com um compromisso renovado para proteger, rezamos esta tarde”, concluiu o arcebispo de Atlanta.
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Os bispos dos Estados Unidos pedem perdão pelos abusos: “Nós nunca poderemos nos desculpar suficientemente por esta tragédia” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU