06 Dezembro 2017
“A compaixão é de suma importância em nossos tempos. É o dom de olhar mais de perto e mostrar vontade de aprender”. O cardeal Christoph Schönborn tornou-se o primeiro arcebispo de Viena a celebrar na catedral um ato religioso em memória das cerca de 36 milhões de vítimas mortais da Aids.
A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 05-12-2017. A tradução é de André Langer.
De acordo com o que publicou o jornal francês La Croix, milhares de pessoas acorreram ao templo central de Santo Estevão para as orações, em que o Coro e Orquestra Filarmônica de Viena também interpretaram o famoso Réquiem de Mozart e a drag queen e conhecida cantora Conchita Wurst leu uma oração.
Conchita durante a leitura (Foto: Youtube)
Antes do início da cerimônia, o cardeal Schönborn declarou aos meios de comunicação ali reunidos que “estamos realizando esse serviço comemorativo para rezar pelos que morreram de Aids, para consolar aqueles que sofreram a perda e pedir a Deus que dê força para aqueles que padecem [o vírus]”. Deve-se lembrar que a Igreja católica cuida, atualmente, de uma de cada quatro pessoas que sofrem de Aids no mundo, de acordo com os cálculos da delegação de missões dos bispos austríacos.
Depois, em sua homilia, o arcebispo de Viena recordou aos participantes que “podemos mudar as coisas se não julgarmos e não condenarmos ao ostracismo”. Enfatizando o lema do Dia Mundial da Luta Contra a Aids deste ano – a importância de não discriminar – o cardeal acrescentou que “talvez este” – o imperativo de não julgar – “seja a melhor mensagem que podemos difundir a partir daqui esta noite”.
Já o co-organizador do ofício na catedral de Santo Estevão, Gery Kestler – fundador abertamente homossexual do gala beneficente Life Ball e um dos primeiros austríacos a reconhecer que sofria de Aids –, agradeceu a presença e as palavras do cardeal.
“O fato de termos na Áustria um cardeal que, como sinal de amor ao próximo, se aproxima de pessoas que estão sofrendo e o faz sem preconceitos, me deixa muito, muito feliz”, disse Kestler.
Por outro lado, nesta terça-feira ficou-se sabendo que o Tribunal Constitucional austríaco legalizou a união entre pessoas do mesmo sexo, algo que o cardeal chamou de “preocupante” ao negar a singularidade do matrimônio entre um homem e uma mulher “para dar à luz e criar os filhos e, assim, garantir a sucessão das gerações”.
De acordo com a agência Kathpress, o cardeal de Viena criticou o fato de que o Tribunal “não presta nenhum serviço à sociedade e, em última análise, prejudica a todos, inclusive àqueles que quer proteger e que também deve ser protegidos”.
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Schönborn organiza ato em memória das vítimas da Aids na catedral de Viena - Instituto Humanitas Unisinos - IHU