04 Novembro 2016
O Vaticano apresentou hoje a celebração do jubileu dos reclusos, que vai decorrer entre sexta-feira e domingo, um tema particularmente querido do Papa, que tem telefonado a condenados à morte em vários países.
“Muitas vezes, o Papa Francisco esteve em contato telefônico nos últimos meses com condenados à morte”, revelou o arcebispo Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização (Santa Sé), organismo responsável pela organização dos eventos do Jubileu da Misericórdia.
A informação é publicada por Agência Ecclesia, 03-11-2016.
Em resposta aos jornalistas, o responsável precisou que Francisco esteve em contacto e se “interessou” por pessoas que foram condenadas à morte.
“Não conseguiu salvar um que foi condenado à morte e sofreu a pena”, relatou o presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização - caso que terá acontecido nos EUA.
Em fevereiro deste ano, o Papa tinha proposto a “abolição” da pena de morte em todo o mundo, por ocasião da celebração do ano santo extraordinário, o Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), em defesa de uma cultura de “respeito da vida”.
“Apelo à consciência dos governantes, para que se chegue a um consenso internacional pela abolição da pena de morte e proponho aos que entre eles são católicos que cumpram um gesto corajoso e exemplar: que nenhuma condenação seja executada neste Ano Santo da Misericórdia”, declarou, perante milhares de fiéis reunidos no Vaticano.
D. Rino Fisichella sublinhou que o interesse em relação aos reclusos “vai para lá” da celebração do Jubileu, como tem sido visível nas suas viagens internacionais e nas deslocações a prisões italianas.
A celebração com presos e ex-reclusos de 12 países, incluindo Portugal, vai incluir a presença de condenados a prisão perpétua.
O Vaticano não prevê qualquer “medida especial” de reforço de segurança, adiantou o arcebispo italiano.
No sábado, os participantes - reclusos e seus familiares, funcionários penitenciários, capelães e voluntários da pastoral prisional e membros de associações católicas - vão ter a oportunidade de confessar-se, nas igrejas jubilares de Roma, seguindo em peregrinação para a porta santa da Basílica de São Pedro.
Segundo D. Rino Fisichella, desde dezembro de 2015 cerca de 20 milhões passaram por esta porta santa, no Vaticano, assinalando o ano santo extraordinário.
A Missa conclusiva do jubileu dos reclusos vai ser presidida pelo Papa Francisco, no domingo, pelas 10h (hora local).
Nesta celebração vão ser consagradas hóstias confeccionadas por alguns presos de Milão.
A Eucaristia vai contar ainda com a inédita exposição de um crucifixo de madeira do século XIV que, à exceção do primeiro jubileu, em 1300 (convocado por Bonifácio VIII), viu todos os anos santos da Igreja Católica.
Junto à cruz vai estar uma imagem de Nossa Senhora das Mercês, padroeira dos reclusos.
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Vaticano: Papa telefona a condenados à morte - Instituto Humanitas Unisinos - IHU