17 Março 2015
"As disputas e as polêmicas entre políticos não nos dizem respeito. O Jubileu é outra coisa e não deve ser um motivo de confronto." Dom Rino Fisichella, nomeado por Bento XVI como presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, é o bispo escolhido pelo Papa Francisco para presidir a organização do Ano Santo. E está incomodado com o choque que, do outro lado do rio Tibre, está em curso sobre a escolha de um comissário para o Jubileu.
A reportagem é de Orazio La Rocca, publicada no jornal La Repubblica, 16-03-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis a entrevista.
O senhor está preocupado com as tensões que afloraram a dois dias do anúncio do Papa Francisco?
Eu não gosto de comentar coisas que não dizem respeito à Igreja. Na verdade, tudo isso nos interessa pouco. Cada um é livre para expressar as próprias opiniões e para fazer as suas próprias propostas, mas me preocupa acima de tudo que o Ano Santo seja um sucesso.
No entanto, o Vaticano não poderá abrir mão da colaboração com as instituições civis, começando pelo Campidoglio.
É verdade que, para o bom êxito do evento jubilar, é necessário que todos remem na mesma direção, mas cada um deve pensar no seu âmbito, sem confundir os papéis.
Já está em movimento a máquina organizativa da Santa Sé?
Ainda é cedo para falar de organização. Mas uma coisa é certa. Sou grato pela confiança que me foi concedida pelo Santo Padre e logo me pus a trabalhar.
Já existem decisões operacionais?
Ainda estamos nos primeiros passos e não chegou o tempo de falar de questões técnicas, eventos previstos, datas, reuniões. É indispensável esperar a convocação do Jubileu preanunciada para o dia 12 de abril próximo, e a partir daí saberemos com certeza o que há para fazer.
O Vaticano vai criar uma estrutura ad hoc?
Não, o dicastério da Nova Evangelização será a "máquina organizativa", o "motor" do Ano Santo de 2016. Não haverá outras estruturas, como ocorreu com os jubileus do passado, quando foram instituídos comitês organizativos ad hoc. Mas quero garantir que os peregrinos e todas as pessoas de boa vontade que virão rezar diante do túmulo de São Pedro serão adequadamente acolhidos e poderão meditar e viver momentos de espiritualidade, segundo o desejo já expresso pelo papa. Só isso nos interessa.
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Jubileu: ''Não às rixas entre políticos. É hora de trabalhar juntos.'' Entrevista com Rino Fisichella - Instituto Humanitas Unisinos - IHU