12 Outubro 2016
Não há dúvida de que os católicos mais tradicionais vão cair (novamente) com unhas e dentes sobre o bispo de Antuérpia, dom Johan Bonny, que disse em voz alta o que muitos cristãos de base, mas também numerosos prelados, pensam.
A reportagem é de Christian Laporte e publicada por La Libre, 07-10-2016. A tradução é de André Langer.
Ou seja, sem renunciar aos fundamentos da religião católica e, portanto, à primazia e indissolubilidade do casamento heterossexual, é hora de a Igreja mostrar mais abertura e misericórdia para com aqueles que, mesmo não estando casados perante Deus (e não necessariamente no civil), são bons esposos e também excelentes pais.
O bispo de Antuérpia já tinha cravado o prego durante os dois Sínodos romanos sobre a família de outubro de 2014 e outubro de 2015, de modo especial enviando a todos os participantes, mas também “urbi et orbi”, um “documento franco, aberto, lúcido e interpelante”, para parafrasear o Cathobel, o sítio da Igreja católica belga. Ele constatou de modo especial que as questões importantes do relacionamento, da sexualidade, do casamento e da família representam “um terreno conflituoso na comunidade da Igreja”. E que era preciso conciliar pontos de vista sem ceder no essencial.
Uma mensagem audaciosa? Não, uma vez que refletia as visões misericordiosas do Papa que as reuniu, na sequência, com base nos trabalhos dos padres sinodais na exortação Amoris Laetitia.
Conforme revelado pelo Kerk&Leven, o jornal flamengo das paróquias, o bispo Bonny deu um novo passo em um livro-entrevista, publicado no dia 11 de outubro.
O bispo propõe claramente novos rituais para abençoar humana e divinamente – mas sem celebrar o sacramento do matrimônio – a união entre coabitantes, especialmente entre divorciados recasados, mas também entre pessoas do mesmo sexo que seguem os preceitos evangélicos e creem em Deus.
Portanto, não se trata de dar o mesmo peso que aos casais casados. Dito isso, Johan Bonny debruça-se também sobre a comunhão que os padres devem, em princípio, recusar aos divorciados recasados (no civil, portanto), se seguirmos as prescrições da carta. Na prática, no entanto, poucos aplicam este ostracismo pouco em sintonia com a mensagem de Cristo.
“Esta questão deve ser, em todo caso, seriamente considerada, porque é preciso julgar na base da situação individual das pessoas implicadas. Ou melhor, é preciso associá-las também a esta reflexão e decidir com base em uma série de critérios”.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Bélgica. Bispo de Antuérpia quer integrar todos os casais na Igreja - Instituto Humanitas Unisinos - IHU