29 Novembro 2011
O site Youkal.net informa, no sábado 26 de novembro, que o regime sírio ordenou que o padre Paolo Dall`Oglio, membro da comunidade jesuíta da Síria e responsável pelo mosteiro Mar Musa al-Habachi, perto de Nabak, deixe o país o mais rápido possível. O Ministério sírio do Interior enviou uma ordem nesse sentido ao bispo do qual o religioso depende.
A reportagem é de Ignace Leverrier, publicada no sítio do jornal Le Monde, 26-11-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O site, comentando essa informação, comenta que o Pe. Paolo, que tinha iniciado em 1984 a restaurar sozinho, com as suas próprias mãos, esse mosteiro do século VI, há muito tempo abandonado, que fez dele um lugar internacionalmente reconhecido de diálogo e de encontro entre o cristianismo e o Islã e que criou lá a comunidade al-Khalil, foi punido "pelo seu apoio à revolução na Síria".
As coisas, sem dúvida, são um pouco menos simples. Com a sua sensibilidade particular, o religioso queria, acima de tudo, como escreveu no dia 2 de outubro no jornal La Croix, continuar "acreditando na possibilidade de uma reconciliação nacional" e convidava todas as partes a fazer "a escolha da não-violência".
O site, finalmente, escreve: "O regime sírio se esforça há muito tempo a acreditar que a minoria cristã no país o apoio. Recentemente, enviou ao Líbano uma religiosa a ele submetida para fazer, no Centre Catholique d`Information, em cooperação com o Ministério sírio da Informação, uma coletiva de imprensa para atacar a revolução síria. Depois, descobriu-se que essa religiosa era bem conhecida pelo regime e que agia em coordenação com ele".
Acrescenta-se que o ex-ministro libanês Wi`am Wahhab, cuja devoção absoluta ao regime sírio contribuiu largamente para a sua carreira e para a sua riqueza, "desmascarou a religiosa afirmando que ela faz parte dos seus conhecidos, que se chama Fadia e é de origem libanesa".
A expulsão de uma personalidade muito respeitada na Síria por parte das várias comunidades confirma que o regime sírio não protege as minorias, mas unicamente os membros daquelas comunidades que aceitam apoiá-lo, assumindo o seu discurso, divulgando a sua propaganda, justificando os seus comportamentos criminosos e dando-lhe assim um aval moral.
Pode-se encontrar a mensagem de Natal que o Pe. Paolo, na qualidade de responsável pela comunidade al-Khalil, havia preparado e publicado na rede no dia em que a sua expulsão foi decidida pelas autoridades sírias. Espera-se que não tenha sido esse texto, cheio de esperança, de abertura ao outro, de tolerância e de rejeição do medo, que incitou as autoridades sírias a expulsá-lo.
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Regime sírio expulsa o padre Paolo Dall'Oglio, fundador da comunidade al-Khalil - Instituto Humanitas Unisinos - IHU