A Igreja chilena admite que perdeu credibilidade

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: André | 01 Outubro 2012

Devemos rever os nossos comportamentos pessoais e as estruturas da Igreja: o modo de exercer o nosso sacerdócio, as formas de participação, o lugar dado aos leigos e em especial à mulher.

A reportagem está publicada no sítio espanhol Religión Digital, 28-09-2012. A tradução é do Cepat.

A Igreja católica chilena fez um novo “mea culpa” motivada pelas denúncias de abusos sexuais cometidos por religiosos. Através da Carta Pastoral de 2012, o Comitê Permanente da Conferência Episcopal do Chile reiterou “com a mais profunda verdade o nosso pedido de perdão àqueles que ofendemos. A Igreja perdeu credibilidade por suas próprias fraquezas e faltas”.

A carta, lida pelo arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, expressa o reconhecimento da necessidade de “rever” diferentes aspectos da atividade pastoral.

“Nós somos os primeiros que devemos ser evangelizados. Devemos rever os nossos comportamentos pessoais e as estruturas da Igreja: o modo de exercer o nosso sacerdócio, as formas de participação, o lugar dado aos leigos e em especial à mulher. Será preciso rever a nossa pregação e nossos sistemas educativos para ver que valores transmitimos”, enfatiza.

Mas esta Carta Pastoral também toca temas mais contingentes e que afetam a sociedade nacional. “O Chile foi um dos países onde se aplicou com maior rigidez e ortodoxia um modelo de desenvolvimento excessivamente centrado nos aspectos econômicos e no lucro, sem dar a devida atenção às suas consequentes tensões e desigualdades escandalosas entre ricos e pobres”, declara.

Seguindo com esta ideia, o documento acrescenta que “hoje escandalosamente em nosso país muitos trabalham e, contudo, são pobres e isto afetou o fundo da vida familiar”.

Também faz referência às mobilizações sociais, que são “justas em suas demandas e podem colocar em perigo a governabilidade sem adequados canais de expressão, participação e imediata solução”.

“A desigualdade se torna particularmente imoral e iníqua quando os mais pobres, embora tenham trabalho, não recebem os salários que lhes permitam viver e manter dignamente as suas famílias”, declara.

O documento, de 63 páginas, tem o título “Humanizar e compartilhar com equidade o desenvolvimento do Chile”. A última carta pastoral é de 2007.