18 Março 2014
Da coluna de Ancelmo Gois, jornalista, publicada no jornal O Globo, 17-03-2014:
Quarta agora, completam-se 50 anos da primeira de uma série de marchas da Família com Deus pela Liberdade contra João Goulart. A data, 19 de março, foi escolhida também porque coincidia com o Dia de São José, padroeiro das famílias. Aconteceu em São Paulo e reuniu 200 mil pessoas, muito mais das que foram apoiar o governo dias antes na Central, no Rio.
Amanhã, (hoje, 18-03-2014), véspera dos 50 anos da marcha, o historiador Carlos Fico lança na Travessa “O golpe de 1964”, pela FGV.
Sociedade civil
O livro aborda, numa linguagem de fácil acesso, o apoio ao golpe por uma parte da classe média urbana, da igreja, da imprensa e de políticos importantes da época, além do governo dos EUA.
Para Fico, organismos como OAB, ABI e CNBB, que depois lutaram contra a ditadura, tiveram, de início, atitudes, no mínimo, dúbias: “Não foi uma iniciativa de militares desarvorados”, diz, lembrando, entretanto, que “Goulart tinha razoável apoio popular, tanto que uma pesquisa do Ibope na época dava ao governo o apoio de 66% dos paulistas”.
Do golpe às trevas
Para o historiador, com o tempo, o golpe se transformou numa ditadura: “O regime passou a ser eminentemente militar, levando muitas pessoas que o apoiaram a se arrependerem.”
Aliás, muitos civis foram afastados pelos militares porque punham em risco o seu poder. JK e Lacerda são exemplos.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Dia de São José - Instituto Humanitas Unisinos - IHU