Por: André | 14 Fevereiro 2014
O Papa Francisco pediu escolas e universidade católicas abertas ao diálogo e à diversidade de seus alunos, entre os quais há cada vez mais não cristãos ou inclusive não católicos, durante o seu encontro com os membros da Congregação para a Educação Católica. Assim, solicitou que “não se devem isolar do mundo”, mas “estabelecer um diálogo”, conscientes do “dom” que têm a oferecer a todos.
A reportagem é publicada por Religión Digital, 13-02-2014. A tradução é de André Langer.
Neste sentido, destacou que as escolas e universidades católicas oferecem uma proposta educativa que busca “o desenvolvimento integral da pessoa” e que responde ao direito de todos ao saber e ao conhecimento. Em qualquer caso, também precisou que, dentro do respeito à liberdade de cada um, todas elas estão chamadas a oferecer Cristo como “sentido da vida”.
Além disso, o Pontífice destacou que a educação católica é “um dos desafios mais importantes” que a Igreja enfrenta, que trata de colocar em prática a nova evangelização em um contexto histórico e cultural em permanente transformação.
Para enfrentar este desafio, o Papa deu como exemplo Jesus, que “começou a pregar a Boa-Nova na Galileia, uma cidade cheia de “diferentes raças, culturas e religiões”. Por isso, insta as pessoas que trabalham na educação a implicar-se “em caminhos de intercâmbio educativo e diálogo”. Assim mesmo, reconheceu “a contribuição” que dão as instituições religiosas e outras instituições católicas no contexto “do pluralismo cultural e religioso”.
Por outro lado, pediu a preparação de “professores qualificados”, porque a educação é dirigida a uma geração “que está mudando” e para que sejam capazes de “comunicar-se com os jovens”.
Neste sentido, define a educação como “um ato de amor” e, como tal, “exigente” e necessitado dos “melhores recursos”, para “iniciar uma viagem paciente com os jovens”. Assim, o Papa assinala que o educador nas escolas católicas tem que ser “muito competente, qualificado e cheio de humanidade” e destaca, além disso, que tem que ser “capaz de estar entre os jovens com estilo pedagógico, para promover seu crescimento humano e espiritual”.
Por esta razão, o pontífice destacou também que o educador necessita de “aprendizagem permanente” e, por isso, pede para “investir” em que professores e administradores possam manter seu “alto profissionalismo” e “sua fé”.
Finalmente, Francisco mostrou sua preocupação em que estas instituições sejam “uma presença viva do Evangelho” no campo da educação, da ciência e da cultura.
Francisco propôs ao exame dos participantes três aspectos: o valor do diálogo na educação, a preparação qualificada dos formadores e a responsabilidade das instituições educativas.
“Efetivamente – disse referindo-se ao primeiro ponto –, as escolas e universidades católicas são frequentadas por muitos estudantes não cristãos e inclusive não crentes. As instituições católicas oferecem a todos uma proposta educativa que tem como objetivo o desenvolvimento integral da pessoa, que responde ao direito de todo ser humano ao saber e ao conhecimento. Mas, estão igualmente chamadas a oferecer a todos, com pleno respeito à liberdade de cada indivíduo e dos métodos próprios do contexto escolar, a proposta cristã, ou seja, Jesus Cristo, como sentido da vida, do universo e da história. Jesus começou a anunciar a Boa-Nova na ‘Galileia dos gentios’, encruzilhada de pessoas de diferentes raças, culturas e religiões. De certa maneira, aquele contexto se assemelha ao mundo de hoje. As mudanças profundas que levaram à difusão de sociedades multiculturais requerem dos que atuam no setor escolar e universitário que empreendam itinerários educativos de confronto e de diálogo, com uma fidelidade corajosa e inovadora que saiba promover o encontro entre a identidade católica com as várias ‘almas’ da sociedade multicultural”.
Falando do segundo aspecto, o Papa assinalou que durante o seu encontro com os Superiores Gerais, destacou que a educação em nossos dias “é dirigida a uma geração em mudança, e que, portanto, todo educador – e toda a Igreja que é mãe educadora – estão chamados a ‘mudar’ no sentido de ser capazes de comunicar com os jovens que têm diante de si... A educação é um ato de amor, é dar vida... O educador nas escolas católicas deve primeiro ser muito competente e qualificado, e, ao mesmo tempo, cheio de humanidade, capaz de estar entre os jovens com estilo pedagógico para promover seu crescimento humano e espiritual. Os jovens necessitam de educação de qualidade e de igual modo valores, não apenas enunciados, mas testemunhados. A coerência é um fator indispensável na educação dos jovens”.
No que diz respeito à responsabilidade das instituições educativas de “expressar uma presença viva do Evangelho no campo da educação, da ciência e da cultura”, Francisco reiterou a necessidade de que as instituições acadêmicas católicas “não se isolem do mundo, mas saibam entrar com coragem no Areópago das culturas atuais e colocar-se em diálogo, conscientes do dom que têm a oferecer a todos”.
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O Papa pede que escolas e universidades entrem “com coragem no Areópago das culturas atuais” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU