Repórter consagrado e reconhecido como um dos jornalistas mais bem-informados do País, Ricardo Boechat apresenta o Jornal da Band no auge de uma carreira que tem passagens pelos principais veículos do Brasil. O início se deu em 1970 como "foca" no extinto Diário de Notícias. De 1971 a 1987, Boechat dedicou-se ao colunismo, integrando primeiramente a equipe de Ibrahim Sued e depois, em 1983, assumindo a coluna Swann, em O Globo. Em 1987, aceitando convite do então governador Moreira Franco, deixou a coluna para assumir a Secretaria de Estado de Comunicação Social do Rio de Janeiro. Mas a experiência na vida pública durou apenas seis meses. Boechat pediu demissão e voltou para as redações, desta vez como coordenador de redação do Jornal do Brasil.
Ricardo Boechat faleceu ontem, 11-02-2018, em acidente (Foto: Divulgação)
Em 1989, foi diretor da sucursal do Estado de S.Paulo no Rio de Janeiro e, após um ano, voltou à coluna do Swann. Em 2001, no Jornal do Brasil, foi responsável pela coluna Informe JB e chefe de redação, passando a assinar também, até dezembro de 2005, a coluna Boechat. Antes de apresentar o Jornal da Band (fevereiro de 2006) Ricardo Boechat era diretor da redação da Band Rio e da Bandnews FM no Rio de Janeiro. Ganhador de três Prêmios Esso e do prêmio White Martins de Imprensa, Ricardo Boechat também é autor do livro Um Hotel e sua História sobre a trajetória do Copacabana Palace. Confira, a seguir, a entrevista que Boechat concedeu por telefone para a redação da IHU On-Line.
*Entrevista publicada originalmente em 30 de outubro de 2006, na edição 202 da Revista IHU On-Line.
IHU On-Line - Como se configura a relação entre política e imprensa?
Ricardo Boechat – Configura-se basicamente como matéria-prima e usuário de matéria-prima. A política é notícia, é um assunto que interessa uma parte significativa do público consumidor de informação. É uma pauta, um tema, um setor, tanto quanto a economia, o esporte, o lazer e comportamento. É um terreno, um produto, uma área de informação que tem consumidores fixos e um contingente variável em função do momento que se estiver vivendo. A campanha eleitoral, por exemplo, amplia este universo de interesse pelo noticiário político. A relação se dá nos mesmos padrões de outros segmentos do mundo da informação, que a mídia captura para transformar e reportar a seu público consumidor. A relação de cobertura cotidiana, com contatos de fontes, algumas mais próximas, outras menos, colunas, blogs, analistas, setoristas, editorias específicas, formam um grande universo nessa convivência entre fonte e redações, com o propósito de fazer exatamente como em qualquer outra área que a imprensa cubra: fazer esse fluxo de informações fluir com maior intensidade e maior naturalidade.
Do ponto de vista ético e moral, essa relação entre política e imprensa se dá de maneira bastante satisfatória, ainda que aqui e ali se possa, muito que acidentalmente, detectar um ou outro desvio de conduta, para falar do mais grave, ou uma ou outra cobertura menos equilibrada. Às vezes, esse desequilíbrio decorre de erros de edição e não de algo deliberado, ainda que eventualmente se localize, como agora está se questionando, por exemplo, no caso da Globo e da Veja, posicionamentos de cobertura que até justificam que sejam entendidos como parciais, facciosos. Ainda assim, no seu conjunto (e estou me referindo, é claro, à mídia visível para o grande público, os grandes centros), me parece que é uma relação da qual o consumidor de informação, a sociedade, o público, saem mais lucrando do que eventualmente perdendo. Mesmo que se queira apontar uma parcialidade mais explícita (e acho que no caso da Veja isso é mais fácil de fazer, porque ela, de fato, exacerbou o seu engajamento contra Lula, mais do que a favor de Alckmin ou mais do que a favor da oposição), temos que reconhecer que tanto a Veja quanto a Globo, ao longo da cobertura política, deram contribuições importantes ao noticiário e à descoberta de fatos políticos. No conjunto, a cobertura foi positiva. Nesta campanha, especificamente eu, como mero observador, querendo me abstrair da condição de jornalista, acho que a imprensa nutre mais antipatias pelo Lula do que me agradaria ver como consumidor. Mas ainda assim, é um fragmento do todo e não o todo.
IHU On-Line - Que tipo de mensagens subliminares podemos encontrar na grande mídia em detrimento de um candidato ou outro?
Ricardo Boechat - Em situações isoladas isso acontece. Por exemplo, o jornal O Globo deu uma manchete há poucos dias dizendo “Lula usa facção criminosa para esconder dossiê”. Ora, lendo essa expressão nós podemos imaginar que Lula fez acordo com uma quadrilha, do tipo Comando Vermelho, entregando para eles uma cópia do dossiê, que foi escondido em algum esconderijo dessa facção criminosa, dentro de uma penitenciária, a pedido do Presidente da República. Quando lemos a matéria, ela diz que Lula, toda vez que perguntado por seu adversário sobre a origem do dinheiro do dossiê, reage citando o advento do PCC em São Paulo durante o governo Alckmin, ou seja, não é que ele usou uma facção para esconder. Ele evita o debate e contra-ataca, citando o advento do PCC no governo do adversário.
No caso da Veja, uma capa em que um Presidente da República, eleito, aparece de costas com um pé na bunda, como se tivesse levado um chute, não chega a ser, num contexto já de reta de campanha eleitoral, uma capa que eu poderia classificar como não-engajada. Se pegarmos a edição da Veja, que teve a capa do filho do Lula, a própria matéria, bem como a matéria da semana anterior, sobre a operação para ocultar o dossiê, veremos que elas estão trabalhadas editorialmente, como para parecer que têm muito mais a revelar do que de fato estão revelando. Se pegarmos a última edição da Veja, é impressionante a quantidade de matérias contra o Lula e contra o PT. Pessoalmente, não tenho nenhum encanto pelo Lula ou pelo governo dele. Até tenho opiniões muito negativas. O mesmo ocorre em relação ao tucanato. No entanto, acho que na hora de trabalhar uma edição, é preciso ter cuidado. A não ser que se queira editorialmente dizer claramente para o leitor e eleitor: nós somos uma publicação engajada na oposição e vamos trabalhar com essa visão, com essa maneira de interpretar os fatos. A excitação de ser oposição impregnou muito as edições da Veja.
Então, temos esses episódios aqui e acolá. O Estado de S. Paulo é mais sóbrio na maneira de expressar a sua antipatia ao governo do PT. A Veja tem feito isso de forma muito panfletária e, às vezes, nas organizações Globo, nós capturamos sim, ainda que um pouco dissimuladamente, algumas ações de quem parece ser antipático à ideia de reeleição do Presidente.
IHU On-Line - Ainda é possível acreditar que exista uma mídia imparcial?
Ricardo Boechat - É possível acreditar, sim. Acho até que estamos nos referindo a episódios pontuais. Pare e pense em um exemplo de mídia imparcial, no mundo. Que mídia imparcial é a americana, que nos serve sempre de farol, diante do que se viu no governo Bush? Diante do que se viu no pós-11 de setembro? Agora, ela passa por uma revisão intestinal e começa a perceber que se meteu em um monumental equívoco, do qual foi cúmplice, escamoteando, distorcendo, exacerbando, pré-conceitualizando. A invasão do Iraque não se deu sem uma razoável excitação por parte da mídia. O aumento no cerceamento à liberdade individual não se deu sem que a mídia sacralizasse, demonizasse determinadas figuras e instituições nos Estados Unidos. Atores de Hollywood que se insurgiram ainda naquele clima passional pós-11 de setembro contra o aumento do discurso belicista do governo republicano, foram tratados pela mídia como pestilentos. Então, onde está essa mídia imparcial? No The Guardian? No Times? No Wall Street Journal? Não sei. Dependendo das circunstâncias, do momento, haverá sempre quem possa olhar retrospectivamente ou até contemporaneamente para constatar uma ruptura de um determinado padrão de isenção, de equilíbrio etc. Eu diria que episódios como esse que eu estou citando nos Estados Unidos são mais freqüentes na nossa imprensa.
A imprensa aqui expressa muito mais pontos de vista de um público que não é exatamente o povão. Ela é feita por pessoas de classe média, e destina-se a pessoas de classe média, têm valores mais conservadores, é mais branca do que negra, mais sul e sudeste do que nordeste e norte. Isso acaba permeando o noticiário de uma certa parcialidade, sobre todos os aspectos: cultural, político, comportamental, moral. Eu não sei se essa imparcialidade é um pouco da utopia, da fantasia do processo, ou propriamente algo realizado nessa medida quase religiosa, de valor absoluto. Há uma imparcialidade maior do que uma parcialidade, na média das coisas. No momento eleitoral, exacerbam-se algumas posições. E se fizermos um corte apenas na campanha eleitoral talvez se tenha muito mais críticas a fazer. A própria mídia está fazendo suas lutas intensas. Temos visto a CartaCapital e os blogs, atacando a Globo e a Veja, e a Veja atacando a CartaCapital.
IHU On-Line – O senhor acha que houve manipulação pela imprensa no caso do dossiê?
Ricardo Boechat - Neste processo estavam figuras com alguma preponderância ou, pelo menos, proximidade de outras figuras mais proeminentes na disputa eleitoral: o próprio Presidente da República, os ministros, coordenadores, assessores. Eu entendo que seja absolutamente natural, necessário até, que tudo seja abordado imediatamente, mostrado, exibido, escancarado. Se a imagem do dinheiro se presta a prejudicar um candidato em benefício do outro, então não se amontoe dinheiro! Se a presença de assessores de campanha, carregando malas de dinheiro tem o potencial de alterar o andamento de uma eleição, não se permita que assessores carreguem mala de dinheiro! Agora, assessor com mala de dinheiro e negociatas, por si só, têm potencial e importância política que não podem ser banidas do noticiário porque podem produzir conseqüência. Mas é para produzir conseqüência! É inevitável! Melhor que o público pudesse ser exposto a essas imagens no primeiro momento, a todas as informações o quanto antes, para que pudesse dizer “estão armando para cima do Lula”, como parece ter sido a interpretação que se fez.
Está claro que o público concluiu que aquilo ali não pega o Presidente. Eu que, pessoalmente, estou longe de figurar entre os simpatizantes do tucanato, considero inclusive uma grande quadrilha, adoraria ter essa matéria na minha mão antes dos outros. É uma baita notícia! Como não? Alguém pode dizer que se trata de uma armação de tucanos para iludir petistas imbecis, ingênuos, primários, para prejudicar o Lula. Mas, espera aí: um primário é um primário e um desonesto é um desonesto. Quem recebe uma mala de um milhão e 700 mil reais e vai fazer qualquer coisa com ela, sabe que esse valor não nasce em árvores. Sabe que é dinheiro sujo, de origem espúria. A imprensa não pode ser acusada de ter manipulado o noticiário. A notícia era importante mesmo, a imagem era emblemática. Ela precisava ser mostrada, é tarefa da imprensa mostrá-la. Se pode ter sacanagem de tucano por trás disso, eu tenho que admitir que sim. Pode ser que o Presidente não sabia de nada, tenho que admitir que sim. Pode ser que ele saiba de tudo e que seja até culpado de tudo e o público chega e diz “dane-se, ele me deu o terceiro prato de comida e eu quero é ele”. Pode, sim, senhor. E é lícito. Não é a imprensa que vai definir que padrão moral tem que vigorar no País para impô-lo à maioria do eleitorado. É essa maioria que tem que definir o padrão moral.
IHU On-Line - Na noite do acidente com o Boeing da Gol, enquanto o senhor acompanhava minuto a minuto, passando os dados para os telespectadores da Band, o Jornal Nacional exibia as fotos do dossiê. O que tem a dizer sobre isso, sobre essa omissão?
Ricardo Boechat - Eu prefiro falar dos nossos méritos. Todo jornalista que dá um furo costuma creditar sempre ao seu próprio talento 100% esse evento. Eu prefiro achar que sempre é a sorte que sorri. Eu estava no ar, já no último bloco do Jornal da Band, quando a redação recebeu um telefonema de um grande e velho amigo, fonte minha, muita querido, de muitos anos, que pediu para falar comigo com urgência. Ele disse que tinha uma notícia bombástica que eu tinha que dar antes de terminar o jornal e mandou a informação: caiu um avião da Gol, em Mato Grosso, depois de chocar-se com um jato de menor porte da Embraer. Daí eu disse que faltava pouco tempo e que precisávamos correr atrás do que fosse possível checar. A equipe ainda tinha cinco minutos. Deu dois telefonemas, enquanto ligávamos de volta para a própria fonte, que estava coincidentemente em uma reunião da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), com um conselheiro da Varig, onde a informação chegou para mobilizar os oficiais às primeiras providências relacionadas à queda do avião.
Nós conseguimos falar com um brigadeiro que lá estava. A Gol disse que não queria comentar o assunto, que é uma reação atípica de quem estava em uma situação dessas. Conseguimos contatar também o rádio amador que tinha passado a informação para o Ministério da Aeronáutica. Com base nesses contatos, nós demos esse flash, porque já era o último instante do jornal. Já estávamos com uma boa vantagem na apuração. Ninguém tinha dado nada, nem os sites, nem as rádios. Nós demos na frente. E já terminado o jornal, toda a equipe permaneceu na redação, ligando não só para as fontes que nós já tínhamos contatado, que eram privilegiadíssimas, como também para a Gol, para o rádio amador e para especialistas. E conseguimos, à medida que íamos apurando mais e mais fatos, colocando no ar praticamente em tempo real, em boletins extraordinários.
Eu suponho que a Globo tenha sido prejudicada pelo fato de não ter saído na frente. Ela deve ter ouvido a notícia na Band e deve ter mandado a equipe ligar para a Gol. A Gol deve ter dito para eles o mesmo que disse para nós: não queremos comentar o assunto. E daí não se pode botar no ar essa informação, diante do silêncio da empresa. Eu até entendo que eles possam ter se acautelado. Mas não é que eles se acautelaram porque são mais cautelosos ou porque estavam dando um outro assunto, por acaso a imagem do dinheiro. Eles se acautelaram porque não tinham as mesmas fontes que nós. Às 21h05min nós já tínhamos colocado no ar o rádio amador que acessou com o GPS o local onde houve a queda e que conversou com uma testemunha ocular da queda. Nós fomos avançando na cobertura, e a Globo ficou meio desorientada, nessa apuração especificamente. Não estou dizendo que ela tenha omitido o dado. Essa ideia de omissão parece-me meio burra, porque ela teria condições de dar as duas notícias com muito destaque.
Portanto, acho que ela não tinha a notícia do avião. Ela teria ou que se fiar exclusivamente no que eu estava dando, o que é sempre um risco para qualquer emissora, basear-se apenas na apuração da concorrente, ou teria que esperar que a sua equipe conseguisse apurar as coisas. Só conseguiram isso bem mais tarde. O melhor assunto do dia, tirando o avião, eram as fotos. Se eu estivesse fazendo um jornal e não tivesse o avião, eu daria o dossiê com mais destaque. Se eu tivesse o avião, eu daria mais destaque ao avião, mas daria o dossiê também, porque era uma imagem forte. Se a Globo tinha informações e engavetou é outra história. Mas eu suponho que não. Seria uma burrice monumental.
IHU On-Line - Quais os caminhos para uma imprensa mais ética, mais crítica e menos manipulável pelo poder político e econômico?
Ricardo Boechat - Eu não acho que a imprensa brasileira seja parcial. É importante que ela seja mais imparcial, mais séria, mais ética, mais composta, que ela progrida e avance. Mas tenho a impressão de que ela possui uma boa taxa de imparcialidade, um bom nível moral e ético. Aqui e ali encontraremos fatos que comprometem e prejudicam essa avaliação. Em períodos X ou Y tenderemos a encontrar mais situações que evoquem esse tipo de questionamento. Um exemplo é o período eleitoral. Mas não quero dizer que, ao pregar a necessidade de uma imprensa mais livre, mais ética, mais independente do poder econômico, estou partindo do pressuposto de que essa já não é uma realidade. A grande imprensa brasileira tem mais méritos do que deméritos. À medida que nos afastamos dos grandes centros, temos uma imprensa mais vulnerável à pressão econômica, que geralmente é uma pressão econômica do poder público, do governante, mais do que das empresas privadas.
Entretanto, eu entendo que temos uma imprensa compatível com os demais padrões e valores da sociedade. Estou longe de ser um admirador incondicional do padrão do nosso jornalismo, mas acho que não dá para apontar o dedo. Percebo nitidamente, por parte do PT também, que há uma tentativa de ficar, dizendo que a imprensa se posicionou contra o Lula. Não é bem assim. No meu entendimento, a imprensa refletiu a perplexidade de boa parte da sociedade brasileira diante dos escândalos que cercaram um governo e um governante em torno do qual sempre se construiu um discurso de ética. A sucessão de sacanagens, de pequenos e grandes golpes e pequenas e grandes malas, que acompanhou a trajetória do governo Lula, produziu uma enorme perplexidade num grande contingente da sociedade brasileira. E a imprensa refletiu isso, porque ela está mais focada nesse contingente.
Não é que a imprensa tenha agido ilicitamente ou levianamente. Havia esse sentimento, como há até agora, de perplexidade. Ocorre que a parcela da sociedade brasileira que resolveu não privilegiar esse debate, não valorizar esses fatos, é majoritária. É a classe que está lá embaixo, a D, a E, que não lê jornal, que não vê a revista Veja, que está pouco se lixando para a internet, é semi-analfabeta e pobre. E que entende que o governo que está sendo alvo dos ataques e da perplexidade de outro segmento que não é esse, é um governo que lhe deu o terceiro prato diário de comida, melhorou sua situação de pobreza. Houve uma escolha da sociedade brasileira, particularmente desse segmento D e E, que é uma escolha que não coincide com a escolha de segmentos que a mídia atende mais diretamente e dos quais faz parte. O que a sociedade brasileira está descobrindo com essa eleição, ou redescobrindo, porque no referendo foi um pouco assim, é que os chamados formadores de opinião, artistas, imprensa, jornalistas, TV Globo, formam opinião nos restaurantes que frequentam.
Não nas senzalas, não no campo, não onde se passa fome, não nas periferias. Ali, a opinião, pela primeira vez na história das eleições brasileiras, foi formada de dentro para fora e não de fora para dentro. E o PT capturou essa relação de forma direta. Eu, pessoalmente, olho para o Lula com enorme desilusão. Não que eu tenha votado nele ou deixado de votar. Eu não voto desde 1989, não sei nem onde está meu título. Não voto, não justifico, sou contra o voto obrigatório, contra essa sistemática eleitoral que vigora no Brasil. Entretanto, olho para ele com desilusão, porque acho que ele é um grande líder popular que jogou fora a sua biografia. Olho, porém, para o vizinho dele, tucano, com muito mais resistência. Ainda assim, vejo a figura do Lula com melancolia e o que ele está fazendo no governo mais ainda.