Com o objetivo de instrumentalizar o conhecimento da realidade do consumo alimentar, foi realizada a Oficina sobre esta temática no dia 08 de outubro como uma das atividades em preparação à comemoração do Dia Mundial da Alimentação realizado na Unisinos.
A Oficina foi promovida pelo Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos - ObservaSinos, programa do Instituto Humanitas Unisinos - IHU, e ministrada pela nutricionista MS Maria Laura Louzada, que integra o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde - NUPENS vinculado à Universidade de São Paulo - USP. Louzada integrou a equipe responsável pela produção do novo Guia Alimentar da população brasileira, que será lançado no próximo dia 30 de outubro.
Foto: Ricardo Machado
Sua exposição inicial partiu da hipótese de que “as características do processamento de alimentos é o elemento-chave para explicar a relação entre o consumo alimentar e o estado nutricional”. Apontou ainda que o consumo se dá a partir de quatro grupos de alimentos: o primeiro diz respeito aos alimentos não processados, minimamente ou moderadamente processados; o segundo grupo é de ingredientes culinários; o terceiro, de alimentos processados; e, por último, dos alimentos ultraprocessados. Foram apresentadas as características dos alimentos de cada um desses grupos e apontados os resultados dos inquéritos de avaliação do consumo alimentar a partir de dados ecológicos (folhas de balanço de alimentos, vendas de alimentos, aquisição domiciliar de alimentos) e de dados individuais (consumo alimentar individual).
Apontou os limites de bases de dados para a análise do consumo alimentar e destacou aquelas existentes: Abastecimento de alimentos nos países - FAO; Venda de alimentos - “EuroMonitor Passport Global Market Information; Pesquisa de Orçamentos Familiares da População Brasileira - POF; Pesquisa de Orçamentos Familiares da População Europeia - DAFNE; Pesquisa de consumo alimentar individual 2008-2009 – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; inquéritos Vigitel, Pense e NS.
Maria Laura ressaltou que as pesquisas dão aportes importantes, mas podem conter margens de erro, visto que não existem indicadores que de fato atestem quanto cada pessoa consome. Estão disponibilizados dados de compra de produtos, de como o alimento chegou no país e a quantidade que chegou na casa da população, porém, não é possível afirmar quanto cada pessoa consumiu deste alimento.
Seguiu-se um momento de debate com os participantes da Oficina, representantes dos copromotores do evento: Cursos de graduação de Biologia, Engenharia de Alimentos, Nutrição e Serviço Social; Curso de Pós-Graduação em Saúde Coletiva; Programas Sociais: Banco de Alimentos, Programa de Ação Socioeducativa na Comunidade - PASEC. Foram também copromotores os Conselhos Estadual e Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de São Leopoldo, Cáritas Brasileira-Regional do Rio Grande do Sul, Centro Urbano de Práticas Ambientais - Novo Hamburgo, Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural - EMATER/RS-ASCAR, Instituto Harpia Harpyia - INHAH e Núcleo de Alimentação Escolar - Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo.
O Guia Alimentar para a População Brasileira se tornará público em outubro e necessita ser amplamente publicizado. Ele é resultado de uma ampla pesquisa sobre as realidades e potencialidades regionais, apontando a diversidade experimentada pela população, que garante a alimentação e a nutrição saudável e sustentável.
Junto deste importante documento foi também lançada a 47ª edição do Cadernos IHU em formação Alimento e Nutrição no Contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Este caderno reúne entrevistas, notícias, artigos e trabalhos apresentados no XV Simpósio Internacional IHU. Alimento e Nutrição no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - ODMs, que aconteceu de 5 a 8 de maio de 2014 na Unisinos, promovido pelo Instituto Humanitas Unisinos - IHU e pelo Instituto Harpia-Harpya.
Acesse o Caderno no site do Instituto Humanitas Unisinos – IHU.
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