“Continuem, como Inácio, essa audácia de tentar o impossível”, afirma Mestre Geral dos Dominicanos

Bruno Cadoré e Adolfo Nicolás | Foto: Periodista Digital

Mais Lidos

  • Esquizofrenia criativa: o clericalismo perigoso. Artigo de Marcos Aurélio Trindade

    LER MAIS
  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • O primeiro turno das eleições presidenciais resolveu a disputa interna da direita em favor de José Antonio Kast, que, com o apoio das facções radical e moderada (Johannes Kaiser e Evelyn Matthei), inicia com vantagem a corrida para La Moneda, onde enfrentará a candidata de esquerda, Jeannete Jara.

    Significados da curva à direita chilena. Entrevista com Tomás Leighton

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

04 Outubro 2016

Começou a #CG36. 215 jesuítas vão escolher, a partir desta segunda-feira, o sucessor do espanhol Adolfo Nicolás. No domingo, como preâmbulo, todos eles se reuniram na igreja do Gesù de Roma para participar de uma eucaristia presidida pelo mestre dos dominicanos, Bruno Cadoré.

A reportagem é de Jesús Bastante e publicada por Religión Digital, 03-10-2016. A tradução é de André Langer.

A tradição determina que o funeral do geral dos jesuítas seja presidido pelo superior dos dominicanos. Neste caso, não se trata de uma morte, mas de uma renúncia, a terceira na história da Companhia de Jesus, antes de proceder à discussão sobre o estado da Companhia e à eleição do novo Geral.

“Tentar a audácia do impossível”. Este foi o eixo da homilia de Cadoré, que fez sua a expressão do Evangelho do domingo: “Senhor, aumenta a nossa fé”. Essa é a atitude que convém no começo da Congregação Geral. Como destaca o sítio da Companhia, Cadoré destacou que “a fé é necessária, mais ainda porque é necessário compreender que, embora tentemos o impossível, devemos nos arriscar a dizer: ‘somos simples servos: cumprimos apenas o nosso dever’. Uma assembleia como a de vocês (...) se desenvolverá, sem dúvida, entre o dever de chamar continuamente a Companhia para tentar a audácia do ‘improvável’ e a vontade evangélica de fazê-lo com a humildade daqueles que sabem que, neste serviço em que o ser humano coloca toda a sua energia, ‘tudo depende de Deus’”.


Bruno Cadoré (Foto: Periodista Digital)

Essa audácia de tentar o impossível era a mesma de Inácio quando fundou a Companhia de Jesus. É esta audácia ainda possível nos tempos de crise que vivemos, onde se revelam todo tipo de violências?  Sim, é possível, assegurou, mas só quando se trata da “audácia de fazer ouvir por meio do seu compromisso, suas palavras, suas solidariedades, a voz sempre inesperada d’Aquele que espera o mundo, que vence a morte e estabelece a vida; Aquele a quem vocês buscam dar a maior glória”.

Esta fé somente é possível se se apóia sobre o conselho de São Paulo ao seu amigo Timóteo: “Encontrar a força e a criatividade da fidelidade no sopro que vem do Espírito e que nos leva ao encontro e à escuta do outro, que abre no coração humano o manancial da compaixão, que consolida a aliança indefectível com aqueles que nos foram confiados”.

Cadoré concluiu sua homilia destacando que, mesmo que a fé dos apóstolos tenha que ser a fé da audácia, ao mesmo tempo deve significar a fé do servo humilde, a fé de uma vida verdadeiramente entregue pelos outros. “De que é, exatamente, servidor? De uma mesa, mesa de pecadores, mesa de acolhida de todos onde estão convidados cegos e coxos, fariseus e publicanos, adúlteros e homens de bem. Inácio, o fundador de vocês, fazia essa oração: ‘Senhor Jesus, ensinai-nos a ser generosos; a servir-vos como vós mereceis; a dar-nos sem medida; a combater sem cuidar das feridas; a trabalhar sem procurar descanso; a gastar-nos sem buscar outra recompensa senão saber que fazemos a vossa Santa Vontade’. Não é este um convite, ainda hoje, para nos colocarmos a serviço dessa mesa?”

O texto completo da homilia, em espanhol, pode ser lido clicando aqui.

Leia mais...