17 Agosto 2016
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realizará uma audiência pública na próxima terça-feira (16) para discutir a morte da onça Juma, executada em junho, após a passagem da tocha olímpica por Manaus (AM).
A reportagem foi publicada por Agência Câmara, 11-08-2016.
“O animal, ameaçado de extinção, foi abatido com um tiro de pistola no Centro de Instrução de Guerra na Selva logo após ser exibido no evento olímpico”, relembra o deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que pediu a realização do debate.
Segundo o Ministério da Defesa, a onça precisou ser abatida depois de escapar do zoológico da unidade militar. O animal chegou a receber tranquilizantes, mas, ainda assim, atacou um soldado. O disparo de pistola contra o animal foi um procedimento de segurança, segundo os militares.
O comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), Alcimar Marques de Araújo Martins, foi convidado para participar da audiência pública.
“O debate é fundamental para que esta comissão possa se debruçar a respeito do comprometimento nas apurações e providências visando à punição aos responsáveis pelo episódio”, afirma Tripoli.
O deputado acredita que a morte do felino foi causada por infrações administrativas, despreparo técnico e insensibilidade. “A exposição da onça, em evento de visibilidade internacional, acorrentada e acuada, por si só já representou uma afronta aos preceitos éticos, à vida e à biodiversidade”, criticou Tripoli.
O parlamentar, que é coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, defende a promulgação urgente de uma norma para coibir a exibição de animais silvestres nativos em eventos de quaisquer natureza.
Após o incidente, o Comitê Organizador da Rio 2016 admitiu que errou ao permitir a exibição do animal durante o evento. “Erramos ao permitir que a Tocha Olímpica, símbolo da paz e da união entre povos, fosse exibida ao lado de um animal selvagem acorrentado. Essa cena contraria nossas crenças e valores”, disse a organização em texto publicado no Twitter.
No Brasil, a onça pintada é listada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como ameaçada de extinção. O órgão também foi chamado para participar do debate na próxima semana. “A espécie já foi extinta em dois dos 21 países de ocorrência. No Brasil são apenas 11.750 exemplares remanescentes em vida livre”, contabiliza Ricardo Tripoli.
Além do comandante do CIGS, Alcimar Martins, foram convidados para discutir o assunto:
– o secretário estadual de Meio Ambiente do Amazonas, Antônio Ademir Stroski;
– a coordenadora de Fauna da Associação Mata Ciliar, Cristina Harumi Adania; e
– um representante do Ibama.
A audiência será realizada no plenário 8 a partir das 14 horas.
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Meio Ambiente debate morte de onça na passagem da tocha olímpica em Manaus - Instituto Humanitas Unisinos - IHU