15 Junho 2016
A Congregação do Vaticano para a Vida Religiosa está entrando em contato com cerca de 15 ordens de irmãs católicas dos EUA para esclarecer "alguns pontos" após a controversa investigação sobre comunidades norte-americanas de mulheres religiosas que durou seis anos, disse o líder da congregação em uma breve entrevista nesta terça-feira.
O Cardeal João Braz de Aviz, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, disse que as conversas envolvem "ouvir o que dizem, de forma transparente, sem medo, sem julgamentos".
"O que eu mais gostei é que o clima deste diálogo é muito sereno", disse Braz de Aviz. "Ambos os lados têm se escutado. Existe uma relação".
A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 14-06-2016. A tradução é de Luísa Flores Somavilla.
O cardeal falou com o NCR depois que sua congregação pediu que líderes das Irmãs de Loretto de Kentucky, uma das principais ordens de mulheres religiosas católicas dos Estados Unidos, fossem a Roma em outubro.
Conforme primeiramente relatado pela Global Sisters Report, a superiora das Irmãs de Loretto, Pearl McGivney, foi convidada a explicar a "ambiguidade" relacionada à adesão da ordem à doutrina da Igreja e o seu modo de vida religiosa.
A investigação de comunidades norte-americanas de irmãs, formalmente conhecida como uma visitação apostólica, começou em 2008 e se concluiu com a liberação de um relatório final em dezembro de 2014 . Braz de Aviz foi indicado à congregação do Vaticano em 2011.
Braz de Aviz disse que não estava imediatamente ciente das especificidades do caso das irmãs Loretto, mas disse: "O que estamos fazendo agora deve-se ao fato de que quando concluímos a visitação nos Estados Unidos ... restavam algumas congregações com quem ainda tínhamos de falar, dialogar sobre alguns pontos".
"Agora já falamos com quatro ou cinco - acredito eu", disse ele. "Ainda temos de falar com cerca de 10".
Ainda não se sabe quais outras ordens de religiosas norte-americanas foram contatadas pela congregação do Vaticano.
O cardeal também reconheceu que algumas irmãs norte-americanas expressaram frustração com o início do processo de visitação apostólica, dizendo que inicialmente não envolveram diálogo com elas ou consideração de sua história em liderar e apoiar a Igreja Católica dos Estados Unidos.
"Nós sabemos dos problemas com o início da visitação", disse Braz de Aviz. "Antes essas visitas não eram adequadas".
"Eu diria que [o acompanhamento] está sendo feito com mais atenção porque antes teria sido fácil haver algum conflito desnecessário", disse ele. "Na verdade, isso não é necessário".
O convite apostólico envolveu inquéritos a 341 institutos religiosos femininos nos EUA, que incluem aproximadamente 50.000 mulheres.
Em uma declaração à Global Sisters Report (GSR), em 09 de junho, McGivney disse que recebeu uma carta de Braz de Aviz em 15 de abril.
De acordo com uma carta que ela escreveu para os membros de sua ordem, carta que a GSR teve acesso, a presidente da Loretto foi convidada a ir a Roma em 18 de outubro para informar cinco "áreas de interesse" após o processo de visitação.
A União Internacional das Superioras Gerais, um grupo guarda-chuva das líderes de aproximadamente 500.000 mulheres religiosas católicas de todo o mundo, com sede em Roma, disse em uma declaração à NCR na segunda-feira que o pedido às irmãs Loretto "pode ser uma boa oportunidade" para a congregação do Vaticano "saber mais... a partir da fonte".
O grupo disse que poderia ser "um momento para as irmãs Loretto compartilharem e explicarem a sua missão e seu compromisso".
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Vaticano entra em contato com cerca de 15 ordens de irmãs norte-americanas para diálogo 'sereno' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU