Uma análise preliminar dos protestos

Mais Lidos

  • Legalidade, solidariedade: justiça. 'Uma cristologia que não é cruzada pelas cruzes da história torna-se retórica'. Discurso de Dom Domenico Battaglia

    LER MAIS
  • Estudo que atestava segurança de glifosato é despublicado após 25 anos

    LER MAIS
  • Momento gravíssimo: CNBB chama atenção para votação e julgamento sobre a tese do Marco Temporal

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

14 Março 2016

Se não houver alguma sinalização em direção aos “não mobilizados”, tende a ser mantida a passividade, exatamente, no seio da base social que apoiou Lula e Dilma na última década. E aí, o que prevalecerá é a mobilização da Avenida Paulista.

O comentário é de Vinicius Wu, ex-Secretário-Geral de Governo do Estado do Rio Grande do Sul, publicado por Portal Fórum, 14-03-2016.

Eis o texto.

Uma análise preliminar dos protestos:

1. Os protestos são expressivos, obviamente, e não devem ser minimizados de forma precipitada. Porem, não houve mudança no perfil social dos manifestantes. A base social do impeachment segue a mesma;

2. Tirando os trogloditas e os irracionais, a direita organizada tem consciência da necessidade de ampliar o espectro de apoio ao impeachment;

3. Os estrategistas da direita sabem que interromper a normalidade institucional apenas com base na mobilização da classe média é um risco.

4. Eles podem consumar o golpe mesmo assim? Podem! Mas ninguém garante estabilidade ao próximo governo nesses termos. Essa é a questão chave em relação aos protestos.

5. Todos sabemos que o impeachment não será decidido, somente, nas ruas. As ruas falam sobre sua legitimidade. E o perfil segue o mesmo de antes: é a classe média tradicional quem está indo às ruas. Diversas pesquisas foram realizadas a respeito do perfil dos manifestantes. Não é necessário reproduzi-las aqui.

6. Portanto, a grande questão não é saber se os protestos foram maiores ou menores hoje. A questão é se ampliaram socialmente. E isso não ocorreu;

7. O povo pobre segue assistindo pela TV. O problema é que não vamos mobiliza-los com a atual orientação de governo.

8. Lembremos da Venezuela. Chávez foi deposto e as favelas desceram em peso exigindo sua volta. Aqui não vai ocorrer isso… Por que o governo não deu motivos. Pelo menos, por enquanto.

9. Se não houver alguma sinalização em direção aos “não mobilizados”, tende a ser mantida a passividade, exatamente, no seio da base social que apoiou Lula e Dilma na última década. E aí, o que prevalecerá é a mobilização da Avenida Paulista. Mas, claro, nem tudo se resolve com base no humor e cores das rua.