Por: André | 07 Março 2016
“Devemos rejeitar qualquer pacto com o mal”. Durante o Angelus, o papa abençoou os corredores humanitários para os refugiados e destacou que as irmãs martirizadas no Iêmen também foram vítimas da indiferença. “Estes são os mártires de hoje e não são primeira página dos jornais, não são notícia”, disse Francisco aos fiéis que encheram a Praça São Pedro.
A reportagem é publicada por Vatican Insider, 06-03-2016. A tradução é de André Langer.
Recordou, falando sobre o atentado no qual foram assassinadas quatro irmãs da Madre Teresa que cuidavam dos idosos e deficientes, além de outras 12 pessoas: “Estas dão o seu sangue pela Igreja. Estas são vítimas do ataque daqueles que os mataram e também da indiferença desta globalização da indiferença”.
Francisco também explicou que a Quaresma é um “caminho de conversão” e fez um forte chamado para não fazer “nenhum compromisso com o pecado”. Refletindo sobre a parábola do filho pródigo, o papa destacou a grande tolerância que se vê neste pai que dá ao seu filho a liberdade de sair de casa apesar de ainda ser imaturo, e neste sentido explicou que Deus faz o mesmo conosco, “deixa-nos livres, mesmo de errar, porque criando-nos deu-nos o grande dom da liberdade. É nossa responsabilidade fazer bom uso dela”.
O Papa Bergoglio também falou da ternura e da misericórdia ao analisar detalhadamente o significado desta parábola, e assim recordou que Jesus ama os seus filhos incomensuravelmente: “Os erros que cometemos, também quando são grandes, nem sequer arranham a fidelidade do seu amor. No sacramento da reconciliação podemos sempre de novo começar. Ele nos acolhe, nos restitui novamente a dignidade de filhos seus”. Por isso, o Bispo de Roma convidou os fiéis para pedir à Virgem para que nos ajude a voltar ao Pai neste tempo de Quaresma, intensificar a conversão e rejeitar qualquer pacto com o pecado.
Este dom da liberdade que Deus nos dá, explicou, “sempre surpreende”. E devemos acolher com alegria o irmão que finalmente voltou para casa, como o pai “quando alguém se sente um pecador, se sente realmente pequeno, ou, como ouvi alguns dizerem: ‘Pai, eu sou uma porcaria!’, então é o momento de ir ao encontro do Pai. Pelo contrário, quando alguém se sente justo, então é soberbo”.
Francisco, em seguida, dirigiu seu olhar para o cenário internacional, e manifestou sua proximidade com as Missionárias da Caridade “pela grande perda que as atingiu há dois dias, com o assassinato de quatro religiosas em Aden, no Iêmen, onde cuidavam dos idosos”. Que a Madre Teresa “acompanhe no Paraíso estas suas irmãs, mártires da caridade, e interceda pela paz e pelo sagrado respeito pela vida humana”.
O papa também manifestou seu apreço e admiração pela “iniciativa dos corredores humanitários para os refugiados, que foi criada na Itália”. Um projeto piloto que “une a solidariedade e a segurança, permite ajudar pessoas que fogem da guerra e da violência, como as centenas de refugiados já transferidos para a Itália, entre os quais crianças doentes, pessoas deficientes, viúvas de guerra, com filhos e idosos”. Francisco indicou que esta iniciativa italiana é “um sinal concreto de compromisso pela paz e pela vida”.
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“As irmãs mártires no Iêmen também são vítimas da indiferença” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU