28 Setembro 2015
Se você conseguisse se encontrar com o Papa Francisco durante sua visita aos EUA e tivesse a sua completa atenção por cinco minutos, o que você diria a ele?
John Malkowski deu a sua opinião, em um artigo publicado no sítio National Catholic Reporter, 24-09-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
Um pouco sobre mim: eu senti que tinha uma vocação ao sacerdócio desde a mais tenra idade, ainda no jardim de infância. Eu entrei no seminário menor em 1956, professei meus primeiros votos na ordem da Congregação do Sagrado Coração de Jesus em 1961, fiz os votos finais em 1964 e fui ordenado sacerdote em 1968. Senti-me atraído pelos padres do Sagrado Coração pelo seu trabalho com os nativos americanos Lakota (Sioux).
Eu tenho um mestrado em literatura cristã primitiva pela Fordham University, de Nova York, e um diploma em arqueologia europeia pela Oxford University. Pedi a dispensa dos meus votos religiosos e do sacerdócio em 1980 e a recebi do Papa João Paulo II em 1986. A razão: eu senti que não poderia viver uma vida celibatária e desejava passar a minha vida com um parceiro, afirmando que era homossexual.
Eu acredito que sou criado à imagem e semelhança de Deus e, portanto, não sou "intrinsecamente desordenado", como o Catecismo da Igreja Católica afirma. A minha orientação sexual é tanto uma parte de mim como uma pessoa inteira, quanto qualquer outro aspecto do meu ser..
Eu fui salvo pela encarnação, morte e ressurreição de Jesus, e me esforço para viver a minha vida de acordo com o Seu exemplo e ensinamentos.
Na minha relação de compromisso com o meu parceiro, todo o meu ser expressa o nosso amor mútuo: físico, sexual, emocional e espiritual. Isso é normal, uma parte da nossa humanidade e relacionamento humano.
Cada aspecto do Seu ensinamento sobre as relações humanas e conjugais se aplica à nossa relação. É claro, não temos a capacidade de procriar fisicamente, que é a dimensão adicional de uma relação heterossexual. Compartilhamos profundamente a geração trinitária do amor, o sacrifício redentor de Jesus e o alimento da Palavra e do Seu corpo e sangue.
No entanto, com o atual ensinamento negativo da Igreja sobre as pessoas homossexuais e a homossexualidade, não somos bem-vindos na Igreja e somos impedidos de exercer um papel público na vida e nas atividades da Igreja.
Por favor, mude o ensino "tradicional" negativo sobre a homossexualidade e os homossexuais, reconheça-nos como seres humanos saudáveis e normais, e assegure que sejamos uma parte bem-vinda em uma Igreja inclusiva.
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Dialogando sobre homossexualidade com o Papa Francisco - Instituto Humanitas Unisinos - IHU