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Calçar os tamancos e percorrer novos caminhos

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21 Setembro 2015

Julio Aquino e Maura Lopes
Fotos: Cristina Guerini /IHU

“Fabrico tamancos e encontro nisso um prazer quase erótico, porque fico contente quando alguém enfia o pé neles”, assim teria dito Michel Foucault ao jornalista Sergio Augusto, durante entrevista à revista Veja, em 1973, para falar do prazer que tinha ao fazer pesquisa e filosofia.

Desta mesma forma o professor e pesquisador da Universidade de São Paulo – USP Julio Roberto Groppa Aquino (foto) abriu sua conferência Estudos de Biopolítica no Brasil, ao fazer uma cartografia sobre os estudos de biopolítica e educação no país. O evento foi realizado na segunda-feira, 21-09-2015, na Sala Ignacio Ellacuría e Companheiros no Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

A conferência integra a programação do XVII Simpósio Internacional IHU | V Colóquio Latino-Americano de Biopolítica | III Colóquio Internacional de Biopolítica e Educação. Saberes e Práticas na Constituição dos Sujeitos na Contemporaneidade, que ocorre até quinta-feira, 24-09-2015, na Unisinos em São Leopoldo.

Ao analisar a produção recente sobre a obra de Michel Foucault, o professor observou um conjunto de 45 artigos, publicados no Brasil entre 2001 e 2014, concentrando-se nas apropriações e reflexões sobre os termos biopolítica e educação. “Percebi que os estudos se referem a quatro grandes áreas de abordagem: corpo sexualidade e saúde; corpo e norma; governamentalidade no neoliberalismo; e estudos de cunho historiográfico”, pontuou.

Da historiografia à hiperprivatização

Como não poderia ser diferente, os estudos compreendem um espectro absolutamente amplo das apropriações dos autores no Brasil e pode-se perceber desde estudos sobre práticas eugenistas na primeira metade do século XX à hiperprivatização da educação infantil. “Os discursos de eugenia no Brasil tiveram o apogeu nas teses racialistas desde o fim do século XIX e até o fim da segunda guerra mundial, quando deixam de ser considerados. Tratava-se de fomentar uma consciência sanitária e nacionalista, que no âmbito da educação se destacavam na área de educação física”, explica o professor.

“Atualmente, uma das características mais centrais da biopolítica e da educação é o avanço das práticas escolares para além das escolas. As áreas de cuidados das crianças em shoppings centers é um exemplo da hiperprivatização da educação, que está fora do Estado e a mercê das forças de mercado”, complementa.

Do desconhecido ao disciplinar

De acordo com Julio, há uma certa unanimidade entre os pesquisadores ao reconhecerem que a função escolar é, sobretudo, normatizadora, transformando os sujeitos desconhecidos em sujeitos “normais”, no sentido de normatizados, disciplinados. “Por meio do tópico da norma, abre-se um leque de biopolítica e educação: a infantil, a fundamental, a prisional, a especial etc”, frisa.

Invisibilidade

O paradoxo que se estabelece é que, por meio da norma, os indivíduos tornam-se sujeitos cuja existência disciplinada não preocupa, pois não criam nada de novo, não subvertem. “Pelo prisma da biopolítica, dá-se a totalização pela individualização marcadamente flutuante das formas de vida contemporâneas”, aponta Julio. “Trata-se de estar articulado em um corpo individual, mas agindo a estados globais de governamentalidade”, avalia.

Indivíduos microempresas

“Trata-se da irrupção dos indivíduos microempresas: ativos, inovadores, inventivos, com senso de oportunidade. Assim, migra do mercado, das novas teorias econômicas e das grandes corporações empresariais uma nova discursividade na educacao que é aplaudida por instituições escolares progressistas e conservadoras”, demonstra o conferencista. Segundo o professor, esta nova perspectiva inaugura um tipo de formação baseada no desenvolvimento de competências cambiantes, que trocam ao sabor do mercado, em detrimento de conhecimentos duradouros.

Novos caminhos

Fazendo uma síntese das reflexões trazidas por diversos pesquisadores nos 45 textos estudados, o professor propôs um foco analítico que, em sua avaliação, pode correr paralelamente ao que já está sendo posto em prática. “A minha constatação é que há um certo sotaque reprodutivista e determinista nas análises, segundo o qual a atualidade educacional fica reduzida a uma caixa de ressonância da racionalidade neoliberal, que se torna capaz de explicar de pronto e a granel as complexidades dos estudos sobre a educação”, discute Julio.

Ao concluir sua conferência, o professor lembrou do poema da escritora polonesa Wisława Szymborska, vencedora do Nobel de Literatura em 1996, chamado Fim e Começo, em que uma das estrofes diz o seguinte: Às vezes alguém desenterra / de sob um arbusto / velhos argumentos enferrujados / e os arrasta para o lixão.

“A educação precisa, também, de um mergulho vertical no passado, pois a ausência de memória histórica é o horror dos mais velhos. Não se educa em tempos de guerra, é no armistício que se prolonga a experiência da educação. Todo o trabalho que merece esse nome será a ponte forjada entre as guerras que passaram e as faxinas que hão de vir”, frisa Julio. “Que calcemos nossos tamancos”, conclui.

Quem é Julio Roberto Groppa Aquino

Julio Roberto Groppa Aquino é graduado em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp. Realizou mestrado e doutorado em Psicologia Escolar pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo – USP e fez pós-doutorado na Universidade de Barcelona. Atualmente é professor titular da USP. É autor e organizador de inúmeros livros, entre os quais destacamos Da autoridade pedagógica à amizade intelectual: uma plataforma para o éthos docente (São Paulo: Cortez, 2014); Foucault pensa a educação: o diagnóstico do presente (São Paulo: Segmento, 2014) e Instantâneos da escola contemporânea (Campinas: Papirus, 2007).

 

Por Ricardo Machado

 

Fim e Começo

Por Wisława Szymborska

 

Depois de cada guerra
alguém tem que fazer a faxina.
Colocar uma certa ordem
que afinal não se faz sozinha.

Alguém tem que jogar o entulho
para o lado da estrada
para que possam passar
os carros carregando os corpos.

Alguém tem que se atolar
no lodo e nas cinzas
em molas de sofás
em cacos de vidro
e em trapos ensanguentados.

Alguém tem que arrastar a viga
para apoiar a parede,
pôr a porta nos caixilhos,
envidraçar a janela.

A cena não rende foto
e leva anos.
E todas as câmeras já debandaram
para outra guerra.

As pontes têm que ser refeitas,
e também as estações.
De tanto arregaçá-las,
as mangas ficarão em farrapos.

Alguém de vassoura na mão
ainda recorda como foi.
Alguém escuta
meneando a cabeça que se safou.
Mas ao seu redor
já começam a rondar
os que acham tudo muito chato.

Às vezes alguém desenterra
de sob um arbusto
velhos argumentos enferrujados
e os arrasta para o lixão.

Os que sabiam
o que aqui se passou
devem dar lugar àqueles
que pouco sabem.
Ou menos que pouco.
E por fim nada mais que nada.

Na relva que cobriu
as causas e os efeitos
alguém deve se deitar
com um capim entre os dentes
e namorar as nuvens.


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