Por: André | 17 Setembro 2015
O Papa Francisco completou a composição do Sínodo ordinário sobre a família, que acontecerá no Vaticano de 04 a 25 de outubro, e nomeou pessoalmente, além dos participantes previstos pelos estatutos (representantes das conferências episcopais, encarregados de dicastérios curiais, membros das Igrejas orientais, colaboradores do secretário especial, ouvintes, delegados fraternos), 45 padres sinodais (foram 26 no Sínodo extraordinário do ano passado). São muitos os cardeais e bispos italianos de diferentes linhas, entre os quais se encontram os novos cardeais criados por Francisco (Bassetti, Montenegro e Menichelli, que também participou do Sínodo do ano passado), dois padres italianos e bispos que foram nomeados recentemente, como o arcebispo estadunidense de Chicago, Blase J. Cupich.
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi e publicada por Vatican Insider, 15-09-2015. A tradução é de André Langer.
O Sínodo ordinário se reunirá para refletir sobre o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo” pela segunda vez, depois do Sínodo extraordinário de outubro do ano passado (“Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização). Se, segundo os estatutos, um Sínodo extraordinário (houve três desde que esta instituição foi criada depois do Concílio) é composto pelos presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo, o ordinário, mais amplo, conta com a participação de delegações eleitas em cada um dos episcopados.
Alguns exemplos. A Itália, nos últimos meses, elegeu os cardeais Scola e Bagnasco e os bispos Brambilla e Solmi; a Alemanha, o cardeal Marx e os mons. Koch e Bode; a França, o cardeal Vingt-Trois e os bispos Pontier, Brunin e James; a Bélgica, dom Iceta Gavicagogeascoa e Osoro Sierra; os Estados Unidos, o cardeal Din Nardo e os bispos Kurtz, Chaput e Gómez; o Brasil, o cardeal Odilo Scherer e os bispos Sergio da Rocha, João Carlos Petrini e Geraldo Lyrio Rocha; o México, os cardeais Rivera Carrera e Robles Ortega e os bispos Aguilar Martínez e Mirando Guardiola; a Índia, o cardeal Gracias e os bispos Do Rosario Ferrao, Ponnumuthan e Jala.
Como já se sabia há tempo, além disso, serão padres sinodais “ex officio” todos os encarregados dos dicastérios da cúria romana, começando pelo cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, os membros das Igrejas orientais, 10 representantes eleitos pela União dos Superiores Gerais, começando pelo prepósito geral dos jesuítas, o Pe. Adolfo Nicolás, e, naturalmente, a Secretaria do Sínodo, dirigida pelo cardeal Lorenzo Baldisseri, e a estrutura que se ocupará dos trabalhos de outubro, que será a mesma do ano passado: os presidentes delegados (o francês André Vingt-Trois, o filipino Luis Antonio Tagle, o brasileiro Raymundo Damasceno Assis e o sul-africano Wilfred Fox Napier), o relator geral (o húngaro Peter Erdò) e o secretário especial (o bispo de Chieti-Vasto Bruno Forte).
Ainda não foi decidido quem integrará a comissão que fará a redação da mensagem final. A comissão da informação, assim como no ano passado, estará sob a direção do porta-voz vaticano, o Pe. Federico Lombardi, e do presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações, dom Claudio Maria Celli.
A Sala de Imprensa da Santa Sé indicou nesta terça-feira os nomes das outras pessoas que participarão do Sínodo, começando pelos 45 membros “ex nominaciones pontificia”. Esta lista ajuda a compreender que o Papa argentino quer uma discussão aberta, inclusive a partir de posturas muito diferentes, sobre o tema da família, e que não pretende excluir questões controversas, como a hipótese de conceder a comunhão aos divorciados recasados, a anticoncepção, a teoria de gênero e a pastoral para os casais do mesmo sexo.
Algumas destas pessoas, que participaram no ano passado como presidentes de suas conferências, não foram eleitas. Francisco nomeou os cardeais Sodano, Danneels, Kasper, Tettamanzi (que não participou no ano passado), Caffarra, Schönborn (Viena), Fox Napier (Durban), Maradiaga (Tegucigalpa), Erdò (Budapeste), Martínez Sistach (Barcelona), Monsengwo Pasinya (Kinshasa), Wuerl (Washington), Damasceno Assis (Aparecida), Dolan (Nova York), Tagle (Manila), Lacroix (Quebec), Bassetti (Perúgia), Ouedraogo (Burkina Faso), Dew (Wellington, Nova Zelândia), Menichelli (Ancona), Suárez Inda (México), Montenegro (Agrigento), Sturla Berhouet (Montevidéu), Lacuna Maestrojuán (David, no Panamá), Mafi (Tonga), Sgreccia, Bertello (Governador do Vaticano), e os bispos Porrai Cardozo (Venezuela), Spiteris (Grécia), Forte, Ulrich (França), Aguiar Retes (México), Castriani (Brasil), o argentino Fernández (Reitor da UCA de Buenos Aires), Cupich (Chicago), Murry (Estados Unidos), Semeraro (bispo de Albano e secretário do conselho que ajuda o Papa na reforma da cúria), Gaza Treviño (México), Van Looy (Bélgica) e dom Pinto (decano do Tribunal da Rota Romana), os jesuítas François-Xavier Dumortier (Reitor da Gregoriana) e Antonio Spadaro (diretor da revista La Civiltà Cattolica), o presidente da faculdade de Utrusque iuri da Pontifícia Universidade Lateranese, Manuel Jesús Arroba Conde, e dois padres, Saulo Scarabattoli, de Perúgia, e Roberto Rosa, de Trieste. Entre os ouvintes haverá várias mulheres teólogas (como a periodista do L’Osservatore Romano, Lucetta Scaraffia), além de muitos casais, como no Sínodo do ano passado.
“A instituição do Sínodo”, afirma em uma entrevista publicada na terça-feira pelo jornal Avvenire o secretário-geral do Sínodo, o cardeal Lorenzo Baldisseri, “está orientada não para a produção de rivalidades de poder ou de dificuldades de ordenado e eficaz governo dentro da Igreja, mas a uma mútua propensão do Papa e do episcopado a uma maior e orgânica colaboração”.
Durante a próxima assembleia sinodal ordinária está prevista também uma particular comemoração dos 50 anos da fundação da instituição do Sínodo dos Bispos por Paulo VI: “Terá lugar no dia 17 de outubro, exatamente na metade do Sínodo. Na Sala Paulo VI, será dedicada uma manhã inteira à comemoração do evento e será aberta ao público. Prevê-se uma grande participação de instituições eclesiais” e “o cardeal de Viena, Christoph Schönborn, pronunciará uma conferência sobre os 50 anos da atividade sinodal. Na sequência, haverá cinco intervenções dos diferentes continentes.
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O Papa completa as nomeações para o Sínodo e inclui dois padres - Instituto Humanitas Unisinos - IHU