20 Agosto 2015
Ao menos 35 pessoas foram presas na segunda-feira (18/08) na região de Saraguro, no sul do Equador, em meio a uma onda de protestos contra o governo de Rafael Correa que já dura mais de cinco dias.
A reportagem foi publicada pelo Opera Mundi, 18-08-2015.
Desde semana passada, o país é palco de uma greve nacional convocada por sindicatos, organizações indígenas, trabalhadores liberais e outros setores da sociedade. Esses grupos criticam projetos propostos pelo Executivo, como a taxação sobre grandes fortunas e leis que favorecem corporações extrativistas.
Para Luis Macas, ex-presidente da Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador), as detenções representam “uma grande repressão”, além de uma "emboscada da Polícia e das Forças Armadas" contra os manifestantes da região.
"É uma situação muito grave, um confronto jamais visto em Saraguro. Há uma verdadeira emboscada à comunidade. Levaram as pessoas à força, tanto homens como mulheres", afirmou Macas à Agência Efe, acrescentando que algumas pessoas sofreram "lesões consideráveis".
No fim de semana, policiais e militares expulsaram manifestantes que bloqueavam uma estrada na região amazônica, no leste do país. Nos últimos dias, diversas vias ao redor do Equador foram obstruídas. Paralelamente, simpatizantes do movimento Aliança País se concentraram hoje na Praça da Independência, próximo ao palácio do governo, para expressar apoio à gestão de Correa.
No Twitter, o mandatário criticou ontem o que chama de “chantagem de certos grupos”. “É inaceitável que no século XXI se fechem vias como forma de ‘protesto’. É ilegal, ilegítimo e a maior demonstração da prepotência que dizem combater, pois, pela força, atentam contra os direitos dos demais e querem submeter o país”, afirmou.
Jornalista brasileira
Em Quito, a juíza Gloria Pinz negou na tarde de ontem a deportação da jornalista franco-brasileira Manuela Picq, presa na última quinta-feira (13/08) durante manifestações realizadas no centro da capital. Com a decisão, ela foi libertada.
Segundo autoridades citadas pelo jornal local El Telegrafo, ela teria "realizado atos que perturbavam a paz e a ordem pública”. Ela é companheira de Carlos Pérez, presidente da confederação indígena Ecuarunari.
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Equador: Mais de 30 manifestantes são presos em onda de protestos contra governo de Correa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU