Por: André | 06 Agosto 2015
O Salão Paulo VI acolheu a primeira audiência geral das quartas-feiras após o descanso de verão, na qual o Papa falou sobre as famílias que, após o fracasso do seu primeiro casamento, contraem um novo. “Estas pessoas não estão excomungadas e não devem ser tratadas como tais. Sempre fazem parte da Igreja”, destacou o Papa, em uma declaração que, sem dúvida, representa uma bomba, às vésperas do próximo Sínodo sobre a Família.
A reportagem é de Jesús Bastante e publicada por Religión Digital, 05-08-2015. A tradução é de André Langer.
“A Igreja está consciente de que estas situações contradizem o sacramento cristão”, reconheceu Bergoglio, que acrescentou que “além de mestra, a Igreja tem um coração de mãe, que busca sempre o bem e a salvação de todos, sem excluir ninguém”. Neste sentido, animou para diferenciar “entre quem sofreu a separação e quem a provocou”, na mesma linha das teses do cardeal Kasper e da maioria do Sínodo, que defendem saídas personalizadas para cada situação.
Diante disso, Francisco encorajou os fiéis para “olhar a situação com os olhos os filhos pequenos”, e então “veremos a urgência de uma colhida real das pessoas que vivem estas situações. Como podemos pedir a estes pais para educar os seus filhos na vida cristã se eles estão afastados da comunidade? É importante que o estilo de vida da comunidade e sua linguagem estejam sempre atentos à pessoa, a partir dos filhos, que são aqueles que mais sofrem”.
E, a partir desta comunidade aberta, “fazer de tudo para educar os filhos na vida cristã, dando testemunho de uma fé vivida e praticada, sem estarem afastados da vida da comunidade, como se estivessem incomunicáveis”.
“O número destas crianças é muito grande. É importante que sintam a Igreja como mãe atenta a todos, sempre disposta a escutar e aberta ao encontro”, assinalou Francisco, que incidiu em que “a Igreja não foi insensível” ao longo dos anos, mas que ainda “é necessária uma fraterna acolhida, no amor e na verdade, sobre o Batismo que estabeleceu uma nova convivência, depois do casamento sacramental. Estas pessoas não estão excomungadas como alguns pensam, e não devem ser tratadas como tais. Sempre fazem parte da Igreja”.
Citando Bento XVI, Francisco solicitou “um atento discernimento e acompanhamento pastoral, sabendo que não existem receitas simples”, assim como “um convite para manifestar coerentemente a disponibilidade da comunidade à acolhida para que vivam sua pertença a Cristo e à Igreja, com a oração, com a escuta da Palavra de Deus, com a liturgia, com a educação cristã dos filhos, com a caridade e o serviço dos pobres, com o empenho à justiça e à paz. E com a passagem bíblica do Bom Pastor: dar a vida pelas ovelhas. Um modelo também para a Igreja, que acolhe os seus filhos como uma mãe que dá a sua vida pelos outros. A Igreja é chamada a ser sempre a casa aberta do Pai”.
“Nunca as portas fechadas, nunca. A Igreja nunca está com as portas fechadas para ninguém. Todos podem participar de qualquer modo na vida da Igreja”, improvisou o Santo Padre, que acrescentou que “todos os cristãos são chamados a imitar o Bom Pastor, sobretudo as famílias cristãs, que podem colaborar com as famílias machucadas, acompanhando-as na vida e na fé da comunidade”.
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Francisco diz que os divorciados recasados “não estão excomungados” e “fazem parte da Igreja” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU