Por: Jonas | 30 Julho 2015
A nova prefeita de Madri, Manuela Carmena, anunciou, ontem, que mais de 220 famílias, que corriam o risco de ser expulsas de suas casas, poderão continuar em suas moradias em troca de um aluguel social. São famílias que alugam apartamentos da Empresa Municipal de Moradia e Solo (EMVS), em diferentes partes da capital, e que o governo anterior queria vender a um fundo de investimento.
A reportagem é publicada por Página/12, 29-07-2015. A tradução é do Cepat.
Os inquilinos se organizaram na plataforma “Yo no me voy”, que representa atualmente 40 edifícios, para rejeitarem as novas condições que queriam lhes impor nos contratos de aluguel, assim que ocorresse a venda. Carmena lhes garantiu que os contratos anteriormente assinados continuarão vigentes, alguns, inclusive, nos anos 1980.
A prefeita, que chegou ao cargo pela unidade cidadã de esquerdas Agora Madri – na qual estavam integrados membros do partido Podemos –, disse que já estavam para ser despejadas 70 famílias, processo que agora fica interrompido. A política do município se baseia na ideia de que o direito à moradia é um pilar fundamental na vida das pessoas, enfatizou Carmena à imprensa. Também destacou que o município deve tornar os aluguéis sociais possíveis, razão pela qual está reorganizando as moradias públicas.
Assim como constava no programa eleitoral de Agora Madri, o município assumiu como meta solucionar o problema dos despejos. Por isso, em sua primeira semana de gestão, a equipe de Carmena colocou em marcha o Escritório de Mediação Hipotecária, que depende da área de Igualdade, Direitos Sociais e Emprego, dirigida pela vice-prefeita Marta Higueras. Para o bom exercício desta instância foi fundamental o apoio das entidades bancárias, por isso a prefeita e Higueras mantiveram encontros, em junho, com os presidentes dos bancos mais importantes: Bankia, Santander e BBVA. “Foram muito colaboradores, vamos trabalhar conjuntamente”, destacou Higueras, especialista em gestão pública, segundo descreveu o jornal El Mundo da Espanha. A especialista demonstrou experiência no País Basco, onde montou um escritório anti-despejos, e durante quatro anos foi diretora de Justiça do Governo de Patxi López.
No caminho para gerar políticas públicas que permitam deter os despejos na capital peninsular, o primeiro passo foi o Consistório, que funciona dentro desse escritório, escolher mediadores entre os melhores funcionários, que se encarregarão de fazer um estudo da capacidade econômica dos devedores, destacou Higueras. Por sua vez, esse estudo será cruzado com outro relatório sobre a informação social e o risco de vulnerabilidade dessas famílias. Com a análise pormenorizada de cada família, caso por caso, os mediadores irão ao banco para buscar uma solução.
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Prefeita de Madri anuncia aluguel social - Instituto Humanitas Unisinos - IHU