27 Julho 2015
Ele se chama "Kepler 452b" e é a outra "Terra possível" que a Nasa identificou na constelação de Cygnus, a 1.400 anos-luz de nós. Um planeta "gêmeo" em tamanho, movimento e características naturais, embora muito distante para ser observado com precisão. No entanto, a imaginação e o entusiasmo, que desde sempre levam o ser humano em busca de vida nas galáxias distantes, já se acenderam.
A reportagem é de Gabriella Ceraso, publicada no sítio da Radio Vaticana, 24-07-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
O novo planeta "Kepler 452 b" parece justamente uma Terra 2.0: tem um diâmetro semelhante – 60% maior – e gira em torno de uma estrela semelhante ao Sol, mas mais velha, com um período de revolução de 385 dias, pouco mais do que o nosso ano, mas, acima de tudo, ele faz isso em uma distância idêntica. E é isso que faz com que os astrônomos exultem.
Conversamos a respeito com o padre José Gabriel Funes, diretor do Observatório do Vaticano: "A novidade dessa descoberta é que estamos diante de um planeta semelhante à Terra, mas um pouco maior, como as que se chamam de 'super-Terras'. Ele gira em torno de uma estrela muito semelhante ao nosso Sol e se encontra naquela que se chama de 'zona de habitabilidade', que poderia ser hospitaleira à vida".
Eis a entrevista.
Mas também poderia nos dar algumas intuições a mais para entender o que aconteceu originalmente no planeta Terra?
Ainda estamos muito longe disso. Primeiro, devemos determinar se se trata de um planeta terrestre, depois, se é da mesma composição e densidade da nossa Terra. Além disso – talvez em 10 anos –, seremos capazes de observar a atmosfera desses planetas e ver se há elementos que nos digam que realmente há uma possibilidade de vida, como o oxigênio, o hidrogênio, o carbono. Mas o importante é continuar com esses esforços da pesquisa, porque nos ajudam e nos colocam diante de uma perspectiva do ser humano mais ampla do que a de todos os dias. Nesse sentido, eu acho que é uma coisa importante.
Ciência e fé, nesse tipo de pesquisa, estão em harmonia?
Não há uma diferença. Os resultados científicos são aqueles que a comunidade científica aceita como válidos. Não há uma "ciência católica" e uma "ciência não católica", há a ciência, que certamente tem um modo de se aproximar da realidade diferente daquele que a religião ou a fé nos dão, mas são duas coisas complementares. Isso certamente! E também podem se ajudar reciprocamente. Eu penso que estamos nesse caminho... Eu diria que a teologia poderá dizer algo sobre esse assunto apenas quando encontrarmos algum resultado científico... É preciso esperar e ter paciência. Enquanto isso, estudamos e continuamos com as nossas pesquisas.
Então, talvez, seja a humildade o que essa descoberta mais nos ensina?
Sim, e que há muito caminho a fazer, que fazemos progressos, e esses progressos são realizados graças ao trabalho de muitas pessoas. Isso também demonstra a importância, a meu ver, da ciência e e é uma coisa muito bonita, que pode inspirar os jovens.
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''É cedo para falar de vida no novo planeta Kepler 452b'' - Instituto Humanitas Unisinos - IHU