Cai outro tabu: luz verde para os chefes escoteiros gays nos EUA

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21 Julho 2015

Quer se trate de uma consequência indireta da recente legalização dos casamentos homossexuais ou de um caminho natural e previsível, o fato é que, nos Estados Unidos, multiplicam-se os avanços no âmbito dos direitos das pessoas LGBT.

A reportagem é de Ludovica Eugenio, publicada no sítio Adista, 17-07-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A partir de agora, os adultos gays também poderão ser permitidos, como chefes, na associação dos Boy Scouts of America: a dois anos da virada decisiva graças à qual se decidiu a aceitar também escoteiros e guias homossexuais, no dia 10 de julho passado, o Comitê Executivo votou por unanimidade o cancelamento da proibição, concedendo a cada grupo a possibilidade de decidir autonomamente sobre a questão.

O passo histórico vai ocorrer a alguns meses de um importante discurso proferido pelo presidente da organização, o ex-ministro da Defesa, Robert Gates, que, de modo franco, afirmava o anacronismo e a indefensabilidade da proibição.

Se, no dia 27 de julho o Conselho Executivo confirmar a decisão, os Boy Scouts of America finalmente se alinharão à prática exercida pelo órgão gêmeo das Girl Scouts, a seção feminina que, caracterizada por uma abertura muito diferente, sempre aceitou a presença de pessoas homossexuais (a ponto de se tornar também objeto de investigação por parte dos bispos dos EUA).

Mas parece que não há dúvidas sobre o fato de que o voto será ratificado. O procedimento, declarou a associação em um comunicado ao sítio Huffington Post, é fruto "das rápidas transformações na sociedade e de cada vez mais numerosas contestações legais em nível federal, estadual e local".

"É algo consumado para todos os aspectos", disse, entusiasmado, Zach Wahls, diretor-executivo do grupo Scouts for Equality; "Se o Conselho Executivo rejeitar uma decisão unânime do Comitê Executivo Nacional será um fato sem precedentes, que nunca aconteceu antes".

Em maio de 2012, os Boy Scouts tinham decidido permitir o acesso aos jovens gays – mas não ainda aos adultos gays – votando uma medida que abolia a proibição de adesão com base na orientação sexual, que deveria entrar em vigor em 2014.

A medida tinha desencadeado imediatamente uma forte reação por parte de 1.200 escoteiros conservadores, que tinha decidido dar origem a um novo órgão (Trail Life USA), marcado pela "pureza sexual", impedindo a "queda livre" no campo das questões morais e educando uma nova geração de "esposos, pais, cidadãos e líderes fiéis", colocando-se ao lado de outro órgão semelhante, On My Honor, que se coloca no mesmo rastro e é aberto apenas a cristãos heterossexuais.

Em nível local, no entanto, diversos eram os conselhos escoteiros que já tinham permitido o acesso de adultos gays, apesar do sentido contrário da política nacional, influenciada pelas hierarquias da Igreja Católica, particularmente, e da Batista.

Mas a extensão dos direitos das pessoas LGBT não diz respeito apenas ao escotismo. Parece que o Pentágono está perto de permitir o serviço militar também às pessoas transexuais, principalmente às já alistadas. Se as notícias oficiosas corresponderem à verdade, no entanto, a medida não teria validade imediata.