Cardeal George Pell critica encíclica ambiental do Papa Francisco

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21 Julho 2015

O chefe financeiro do Vaticano, o cardeal George Pell, deu o passo incomum de criticar a inovadora encíclica ambiental do Papa Francisco, afirmando que a Igreja Católica "não tem uma expertise particular em ciência".

A reportagem é de Rosie Scammell, publicada no sítio Religion News Service (RNS), 17-07-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Quase 18 meses depois que Pell foi trazido para o Vaticano pelo Papa Francisco e recebeu um mandato para reformar os assuntos bancários da cidade-Estado, o cardeal australiano deu uma entrevista ao jornal Financial Times, criticando o documento-marco do seu chefe.

"Ele tem muitos, muitos elementos interessantes. Há partes dele que são bonitos", disse. "Mas a Igreja não tem nenhuma expertise particular em ciência (…) A Igreja não tem nenhum mandato do Senhor para se pronunciar sobre questões científicas. Nós acreditamos na autonomia da ciência", disse Pell ao Financial Times na quinta-feira, 16 de julho.

Na carta papal, divulgada no mês passado, Francisco pediu uma ação global contra as mudanças climáticas e criticou os líderes mundiais por não abordarem a questão com a urgência suficiente. Embora o papa tenha recebido elogios de ativistas ambientais, outros defenderam que o papa não deveria se meter no debate político e científico.

Até agora, Pell tinha ficado quieto sobre os conteúdos da encíclica, embora tendo ganhado a reputação na Austrália de ser um negacionista das mudanças climáticas. Em 2011, ele entrou em choque com o então chefe do Bureau of Meteorology da Austrália, Greg Ayers, que disse que Pell estava "enganado" nos seus pontos de vista sobre mudanças climáticas.

Apesar das críticas do cardeal contra a postura ambiental do papa, Pell observou que a encíclica foi "muito bem recebida" e disse que Francisco tinha "estabelecido de forma muito bonita as nossas obrigações para com as gerações futuras e as nossas obrigações para com o ambiente".

Desde o lançamento do documento, o Vaticano foi sede de um encontro de alto nível sobre o ambiente, enquanto Francisco levou a sua mensagem para toda a América Latina.