Por: André | 14 Julho 2015
“O Papa salvou a minha vida”. José Luis Caravias, jesuíta andaluz, que há muitos anos mora no Paraguai, recorda que um jovem Jorge Mario Bergoglio o ajudou, na década de 1970, a fugir de Buenos Aires, porque fora ameaçado por grupos paramilitares argentinos.
A reportagem é publicada por Vatican Insider, 12-07-2015. A tradução é de André Langer.
“Cheguei ao Paraguai como estudante. Sempre trabalhei com os camponeses, era um padre-camponês. Fui expulso depois de ter sido nomeado assessor nacional das Ligas Agrárias Cristãs. Quem me expôs foi ‘o ruivo’”, narrou Caravias ao jornal La Nación, referindo-se ao general Alfredo Stroessner, ditador do Paraguai.
Em maio de 1972, o padre foi ameaçado: “me disseram que me torturariam, como já fizeram com o padre Uberfil Monzon, um padre uruguaio”, recorda Caravias. Depois de ser libertado, mudou-se para a região do Chaco argentino, na fronteira com o Paraguai, onde trabalhou com os madeireiros da região.
“Decidi ir a Buenos Aires, e nessa ocasião conheci o Pe. Bergoglio, que acabava de ser nomeado superior provincial dos jesuítas”, e que, destacou, o fez viver no Colégio San Miguel, que os jesuítas ainda mantêm na capital.
“Um dia me avisou que, além de outros padres, tinha parado no alvo dos paramilitares e que era melhor que deixasse o país. Eu estava muito cansado, me encontrava na Espanha e decidi ficar”, recorda o religioso que trabalhou nas explosivas favelas com os camponeses da cidade. “Se tivesse ficado, teriam me matado”.
Hoje, Caravias mora em Assunção, em Bañados Sur, uma das zonas mais pobres da capital paraguaia.
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“Bergoglio salvou a minha vida”, revela um jesuíta em Assunção - Instituto Humanitas Unisinos - IHU