02 Julho 2015
O Facebook se declarou "orgulhoso" em apoiar a luta pela igualdade direitos e a causa do movimento de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT). Para provar isso, lançou na semana passada uma iniciativa relativamente local e outra em escala mundial em meio à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo pela Suprema Corte dos Estados Unidos, e a comemoração do Orgulho Gay em várias cidades do mundo.
A reportagem é de José Manuel Abad Liñán, publicada no jornal El País, 30-06-2015.
Na semana passada, pouco após a decisão da Justiça americana, a rede social disponibilizou um filtro com as cores do arco-íris - que representam a bandeira do movimento gay - para ser incorporado às fotos do perfil. De acordo com a empresa, cerca de 26 milhões de usuários em todo o mundo utilizaram o filtro, segundo dados da rede social, que também divulgou os números de interações — clicar em “curtir” ou fazer comentários — provocadas pelas fotos: mais de 565 milhões até o momento da divulgação do relatório, na segunda-feira à noite.
A campanha foi particularmente bem-sucedida nos Estados Unidos. Figuras públicas, como o ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, antes contrário ao casamento igualitário e agora um defensor ferrenho, mudaram suas fotos para adicionar o filtro colorido.
Schwarzenegger respondeu com um "hasta la vista" um seguidor que não acreditava em seu apoio à causa gay. Seus colegas Leonardo DiCaprio e Anne Hathaway fizeram o mesmo, assim como a editora Arianna Huffington e a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff.
O filtro é obra de dois estagiários do Facebook, que criaram a ferramenta durante uma hackathon (maratona de programadores na Internet) na semana passada. A empresa diz que a ideia se tornou muito popular dentro da empresa, que decidiu lançá-la aos usuários dois dias após o desenvolvimento do filtro.
As fotografias com o filtro colorido resultaram em mais de 565 milhões de interações na rede, entre cliques, “curtidas” e comentários
Veículos de prestígio como a revista The Atlantic publicou um artigo no qual especula que o filtro pode ser parte de uma experiência da rede social para conhecer seus usuários. Consultadas pelo EL PAÍS, fontes da rede social na Espanha asseguraram que o filtro "não é uma experiência ou um teste, mas sim uma ferramenta para permitir que as pessoas demonstrem seu apoio à comunidade LGBT no Facebook". A empresa afirma que "não usará [o filtro] para personalizar anúncios e que seu objetivo não é obter informações sobre as pessoas" que o utilizaram.
Já no âmbito local, nos EUA, a empresa apoiou um de seus usuários em sua campanha a favor dos direitos LGBT na conservadora região agrícola do Vale Central da Califórnia, de acordo com a rede social.
O jovem Justin Kamimoto, homossexual, criou um grupo na rede que, de acordo com a empresa, tem ajudado "inúmeros adolescentes e jovens adultos" a encontrar apoio. A história foi contada em um vídeo em inglês divulgado pela rede.
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