O último presente do Papa aos pobres: um dormitório próximo a São Pedro

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09 Junho 2015

Um dormitório para os sem teto a um passo do Vaticano. É o último presente do Papa para os pobres. Aberto do final da tarde até a manhã seguinte, quando for inaugurado hospedará uns 30 lugares-leito.

Braço concretizador da ideia, como sempre, é dom Konrad Krajewski, administrador pontifício de esmolas. O dormitório, que será administrado por voluntários, surgirá na via dei Penitenzieri, num imóvel deixado livre após a transferência de uma agência de viagens humanitárias.

A reportagem é de Paolo Rodari, publicada no jornal La Repubblica, 08-06-2015. A tradução é de Benno Dischinger.

A data a partir da qual será possível acessar ao serviço ainda não foi fixada: depende da ultimação dos trabalhos de re-sistematização ainda em andamento. Passaram mais de dois anos desde quando, no entardecer do dia 13 de março de 2013, o cardeal brasileiro Claudio Hummes, sentado em conclave junto a Jorge Mario Bergoglio, disse ao Pontífice recém-eleito: “Não te esqueças dos pobres”. E Francisco o escutou.

Na sua Igreja é a essência da mensagem evangélica a ser posta em prática: os últimos serão os primeiros. Ou também: bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus. Antes do dormitório, tantas outras decisões neste sentido: as duchas e os banheiros sob as colunatas de São Pedro, um serviço de barbearia, os guarda-chuvas esquecidos nos museus vaticanos e distribuídos aos sem teto.

Os pobres e os sofredores estão sempre no coração do Papa. Ele sabe que neles vive a sabedoria de Deus. “Fará uma viagem ao nosso País?”, lhe perguntou há dois dias no voo de retorno de Saravejo um jornalista croata. “Recordo que esta pergunta me fez também ao retornar da Albânia – respondeu o Papa – E agora como lhe digo que escolhi ir somente a Países pequenos e que muito têm sofrido. É um sinal que quis dar”.

Mas, fatos e exemplos são tantos. Entre estes também a decisão de Francisco de valorizar o trabalho de um artista argentino, Alejandro Marmo, que cria com materiais descartados nas metrópoles de todo o mundo. Um seu “Cristo operário” foi significativamente posicionado no coração dos jardins vaticanos. Um sinal ulterior que diz a todos: o coração da Igreja deve bater pelos pobres.