É muçulmano, mas escolhe morrer com os cristãos

Mais Lidos

  • De uma Igreja-mestra patriarcal para uma Igreja-aprendiz feminista. Artigo de Gabriel Vilardi

    LER MAIS
  • A falácia da "Nova Guerra Fria" e o realismo de quem viu a Ásia por dentro: a geopolítica no chão de fábrica. Entrevista com Eden Pereira

    LER MAIS
  • "No rosto de cada mulher violentada, vemos o rosto Cristo Crucificado". Carta Dirigida aos Homens

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

27 Abril 2015

Ele também estava entre os 28 etíopes assassinados (decapitados) pela Isis na Líbia e mostrados no enésimo vídeo de terror de Al Furgan, a máquina da propaganda do califado. Foi morto também ele, Jamal Rahman, migrante, mesmo sendo de família muçulmana. Por quê? Porque teria se oferecido como refém para não deixar os amigos cristãos.

A reportagem é de Domenico Agasso Jr., publicada pelo sítio Vatican Insider, 23-04-2015. A tradução é de Ivan Pedro Lazzarotto.

É uma história contada por Giorgio Bernardelli no “Mission Line”, revista do Pontifício Instituto de Missões Exteriores (PIME). Quem confirmou a notícia “foi uma fonte altamente longe de suspeitas: um membro da milícia do Al Shabab, os fundamentalistas islâmicos da Somália”.

Existem duas versões que explicam o ocorrido: uma se referindo a “um jornal on-line da Somália”: sustenta a “estranheza” dizendo que “havia sido convertido ao cristianismo durante a viagem”; a outra, que o PIME adota, é “muito mais verossímil, contada em ambientes jihadistas: o muçulmano Jamal “loucamente” teria se oferecido voluntariamente aos jihadistas como refém, por solidariedade com o amigo cristão com o qual estava viajando. Talvez pensasse que a presença de um muçulmano no grupo teria ao menos salvo a vida de outras pessoas”; não foi o que ocorreu: Jamal também foi assassinado, “como um renegado”.

Essa história e essa escolha de Jamal Rahman lembram aquelas de Mahmoud Al’ Asali, o professor universitário muçulmano que no último verão, em Mossul, “se declarou publicamente contra a perseguição de cristãos na cidade”. Ele também morreu para pagar pelo seu comportamento.