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Bispo americano, símbolo do fracasso na luta contra abusos sexuais, renuncia

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22 Abril 2015

O bispo americano Robert Finn, prelado católico que se tornou um símbolo internacional dos fracassos da Igreja na abordagem das crises dos abusos sexuais na instituição, renunciou. Ele era o primeiro bispo condenado pelas autoridades civis por não lidar adequadamente com um sacerdote abusador. Mesmo assim, continuou exercendo o cargo por três anos.

A reportagem é de Joshua J. McElwee, publicada por National Catholic Reporter, 21-04-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O Vaticano anunciou a renúncia de Finn como bispo da Diocese de St. Joseph-Kansas City, no estado do Missouri, EUA, com uma breve nota publicada nesta terça-feira (21).

Embora a comunicação não apresente os motivos desta decisão, é extraordinariamente raro bispos renunciarem sem alguma razão antes de atingirem a idade tradicional dos 75 anos.

Finn, que tem 62 anos e vinha liderando a diocese desde 2005, não recebeu a incumbência de chefiar uma outra diocese nem ganhou um outro papel a desempenhar na Igreja.

Além de afastamentos por motivos de saúde, apenas um outro bispo – entre as cerca de 200 dioceses e eparquias católicas – renunciou ao cargo na última década. A nota publicada pelo Vaticano na terça-feira diz simplesmente: “O Santo Padre aceitou a renúncia do governo pastoral da Diocese de St. Joseph-Kansas City, Missouri (Estados Unidos), apresentada por Dom Robert Finn”.

Francisco não nomeou um substituto como bispo da diocese, nem um administrador apostólico.

A renúncia de Finn terá uma significação muito além dos limites do estado do Missouri. A questão de responsabilizar os bispos pelos seus atos ou maneiras de administrar a sua jurisdição eclesiástica tem sido, há muito tempo, o elemento que causa mais discussões sobre a forma como a Igreja lida com os casos de abusos sexuais.

Em várias dioceses, em vários países, vítimas de abusos sexuais, pais e grupos de defesa têm se perguntado, repetidas vezes, por que os bispos que erraram na forma de lidar com sacerdotes perigosos são raramente responsabilizados.

(Esta história está sendo atualizada.)

Veja também:

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