29 Janeiro 2015
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, declarou nesta quarta-feira (28/01) que não deseja entrar em confronto com os credores do país, mas também não pretende continuar a "política de submissão" dos governos anteriores.
A reportagem foi publicada por Deutsche Welle, 28-01-2015.
Ele exigiu um acordo "justo" com os credores do país e disse que busca uma solução viável, que beneficie ambos os lados para a "catástrofe humanitária" que a Grécia enfrenta, resultado de uma série de medidas de austeridade que são a contrapartida para o bilionário programa de resgate do país.
"Nosso povo já sofreu muito e exige respeito. Temos de sangrar para defender a sua dignidade", declarou Tsipras, na primeira reunião com o seu gabinete de ministros, em Atenas. Os credores do país são a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional, que bancaram um programa de resgate de 240 bilhões de euros para a Grécia.
Tsipras também anunciou que o novo governo – segundo ele, "de salvação social" – vai "acabar com o clientelismo político e a corrupção" e iniciar reformas que não puderam ser feitas em 40 anos. "Estamos aqui para acabar com o clientelismo político e com a corrupção e para pôr fim ao Estado que funcionava contra os interesses da sociedade", afirmou.
Antes, o novo governo havia anunciado a suspensão da privatização do porto de Pireu, que uma empresa chinesa pretendia transformar num dos principais da Europa. O ministro da Energia, Panayiotis Lafazanis, anunciou que o governo também vai suspender imediatamente o processo de privatização da maior empresa de energia do país, controlada pelo Estado.
O ministro alemão da Economia, Sigmar Gabriel, apelou ao novo governo da Grécia para que mantenha os acordos firmados e seja justo com os cidadãos dos demais países da União Europeia. Segundo o ministro, os contribuintes dos demais países bancaram o programa de resgate dos gregos, e têm agora todo o direito de esperar que os acordos sejam cumpridos. Ele descartou um novo corte na dívida da Grécia.
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Tsipras afirma que não vai "se submeter" e exige acordo "justo" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU