Por: André | 26 Janeiro 2015
Em um discurso pronunciado na sexta-feira, 23 de janeiro, no Palacio Quemado de La Paz, Evo Morales pediu aos seus colaboradores para aproveitar a estabilidade política e social obtidas para levar adiante uma agenda desenvolvimentista com vistas ao bicentenário de 2025.
Fonte: http://bit.ly/15vUCey |
A reportagem está publicada no jornal argentino Página/12, 24-01-2015. A tradução é de André Langer.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, exigiu ao seu novo gabinete de ministros a aplicação da Agenda Patriótica para acabar com a pobreza e industrializar o país. O pedido do presidente ao seu gabinete, que foi nomeado na sexta-feira, buscará cumprir o programa de governo apresentado na campanha eleitoral para alcançar o “socialismo comunitário”.
O presidente Morales, como é seu costume, nomeou o seu novo gabinete no dia seguinte à posse para o seu terceiro mandato. No ato, ratificou o chefe de Gabinete, Juan Ramón Quintana, o chanceler, David Choquehuanca, e o ministro da Economia, Luis Alberto Arce, entre outros oito que manteve em seus cargos, e nomeou treze noves titulares de carteiras. Do ato de posse participaram o vice-presidente Alvaro García Linera, os presidentes das câmaras legislativas, deputados, senadores, membros das Forças Armadas e representantes de diversos movimentos sociais.
“A missão do gabinete é revisar todos os nossos compromissos assumidos nas eleições nacionais, dentro do programa; à margem dos compromissos que temos, o compromisso de começar com a Agenda Patriótica”, disse Morales em um discurso pronunciado na sexta-feira 23 no Palacio Quemado de La Paz. Neste aspecto, a Agenda Patriótica traça políticas em diferentes áreas do setor econômico, produtivo e social para 2025 (ano do bicentenário da Bolívia). O presidente boliviano havia proposto na campanha eleitoral em que triunfou em outubro passado, para seu novo mandato até 2020, concluir seu projeto de industrialização dos hidrocarbonetos, do lítio e converter a Bolívia em um país autônomo na produção de alimentos, a construção de uma moderna malha ferroviária que corte o território boliviano de leste a oeste e que chegue ao Porto de Ilo, situado no sul do Peru, com a finalidade de conectar os Oceanos Pacífico e Atlântico.
“Digo-lhes isto: este gabinete não é somente jurídico, econômico e técnico. Acima de tudo, é um gabinete político e todos aqueles que trabalham aqui, devem responder às agressões políticas externas e internas”, destacou o presidente, referindo-se às suas expectativas sobre os funcionários escolhidos por seu novo governo. Além disso, criticou a oposição política porque não apresenta nenhuma proposta a não ser a de acabar com a reeleição indefinida, que permitiu ao presidente boliviano obter seu terceiro mandato consecutivo.
“É melhor dizer ‘me equivoquei, me esqueci’. Somos seres humanos, quem não se equivoca, quem não se esquece de seus compromissos? Mas isso de dizer ‘o Fulano é culpado’ nos equivocamos, não compartilho isso”, afirmou o presidente boliviano, que falou dessa maneira sobre o comportamento de alguns ex-ministros que não assumiam suas responsabilidades como funcionários. Morales, que na quinta-feira em seu discurso de posse apresentou os resultados alcançados por seu governo desde 2006 e perspectivas alentadoras apesar das turbulências da economia internacional e da queda livre da cotização do petróleo e dos minerais, principal sustento do ingresso público nacional, pediu aos seus colaboradores para aproveitar a estabilidade política e social alcançada.
“O povo tem confiança em nosso projeto político de libertação e quando o povo está unido não há força interna nem externa que o dobre”, ressaltou o presidente da Bolívia na cerimônia que presidiu na sexta-feira. Evo Morales começou seu terceiro mandato ao ganhar sua reeleição em 12 de outubro passado com 61,02% dos votos. Com esta nova vitória, converteu-se no chefe de Estado que por mais tempo permaneceu no poder de forma constitucional na Bolívia.
Durante a sua intervenção, o presidente instou as novas autoridades para chegarem aos acontecimentos públicos e reuniões de trabalho cerca de 20 minutos antes da hora marcada. Fez esta solicitação por causa da mania de alguns dirigentes que, em alguns casos, chegavam às reuniões até com duas horas de atraso. “Por hora, o grande desejo que temos é que sejamos pontuais, depois não se chamará hora boliviana, mas hora do Estado Plurinacional da Bolívia chegar antecipadamente”, assinalou Morales aos funcionários, que o observavam com um gesto cúmplice.
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Evo Morales pediu para extinguir a pobreza - Instituto Humanitas Unisinos - IHU