Por: Cesar Sanson | 23 Janeiro 2015
“O consumo de água não para de crescer no Brasil. A média em 2013 foi de 166,3 litros por habitante a cada dia. A recomendação da Organização Mundial de Saúde é 110 litros por habitante/dia”. O comentário é de Paula Cesarino Costa, jornalista, em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, 22-01-2014.
Eis o artigo.
"Cada vez que eu abro a torneira ou uso a descarga, na minha casa ou no trabalho, me vem à mente uma represa com seu nível caindo pouco a pouco."
A crise de consciência acima foi admitida pelo presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, em entrevista ao "Valor". Trabuco rejeitou o convite para ser ministro da Fazenda para não se afogar nos números ruins da economia, mas, vivendo em São Paulo, sofre com o cotidiano da maior crise hídrica de todos os tempos.
O consumo de água não para de crescer no Brasil. A média em 2013 foi de 166,3 litros por habitante a cada dia. A recomendação da Organização Mundial de Saúde é 110 litros por habitante/dia. No Rio, o índice é escandalosamente maior: 253 litros por habitante/dia. Só o calor explica?
Neste verão de recordes, quantos banhos você toma por dia? Desliga a água enquanto escova os dentes ou lava o cabelo? Se o desperdício de cada um é grande, imagine o público.
Quantas ruas estão vertendo água por vazamento na rede? O país perde 37% da água tratada. Uma crise constrói outra. De 2000 até 2013, o consumo de energia cresceu 51%. Só houve queda em 2001, ano do racionamento, e em 2009, com a crise econômica mundial.
Já buscou saber quanta energia consomem os aparelhos eletrônicos mantidos em stand-by o tempo todo? É preciso deixar o celular carregando por toda a noite ou basta meia hora? Quantas vezes já viu um prédio com luzes acesas e ninguém dentro?
Os governos menosprezam o tema. Não se ouve falar de políticas consistentes de redução desses desperdícios e de conscientização. As críticas estridentes e necessárias vão para falta de planejamento, falta de investimento e falta de gerência.
Mas refletir sobre os hábitos é uma forma de exercer consumo consciente. Toda mudança começa ao redor de quem as deseja. Quase ninguém é monge, mas o hábito faz a crise.
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O hábito faz a crise - Instituto Humanitas Unisinos - IHU