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22 Janeiro 2015

A afirmação "Deus é misericórdia" significa que Deus tem um coração pelos miseráveis. Ele não é um Deus, por assim dizer, sobre as nuvens, desinteressado no destino dos homens, mas, ao contrário, deixa-se comover e tocar pela miséria do homem. Ele é um Deus compassivo, um Deus "simpático" (no sentido original dessa palavra).

A opinião é do cardeal Walter Kasper, presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. O artigo foi publicado no jornal Avvenire, 21-01-2015. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

A misericórdia não é somente um problema da teologia dos manuais neoescolásticos, mas também é um problema da filosofia ou, melhor dizendo, de algumas tendências filosóficas. Segundo o filósofo moderno par excellence, Immanuel Kant, a ética deve ser guiada não por emoções, como a misericórdia e a compaixão, mas pela própria consciência do dever moral. Pense-se também em filosofias de tipo marxista ou socialista, que suspeitam que a misericórdia seja um substituto da justiça, a tentativa de emendar buracos individuais de necessidade social, em vez de reformar o próprio sistema social e criar uma nova ordem de justiça para todos.

Ouçamos o grito: "Não queremos misericórdia, não, queremos justiça, queremos os nossos direitos". "Não queremos um Estado ou um empresário que nos dê esmola misericordiosamente, não, temos direito a um salário justo." É bom que o nosso sistema político se baseie no ideal da justiça, e somos gratos por isso. Mas o nosso sistema econômico e social também se baseia na competição. Não há espaço para a compaixão e a misericórdia.

Prevalece o mais inteligente, que tem mais sucesso, prevalece muitas vezes o mais forte ou o mais esperto, que tem a capacidade de se impor contra os interesses dos outros e não se preocupa com os outros. Muitas vezes, prevalecem na nossa sociedade tendências sociais darwinistas, isto é, o direito do mais forte e a afirmação sem limite dos próprios interesses egoístas. A palavra de Jesus no seu Sermão da Montanha: "Bem-aventurados os misericordiosos", soa estranha nesse contexto.

Por último, Friedrich Nietzsche desprezou a misericórdia, como expressão de fraqueza, indigna do homem senhoril (Herrenmensch), forte e duro. Nietzsche, no seu Assim falou Zaratustra, desenhava um verdadeiro contra-Evangelho ao Sermão da Montanha. As consequências do nazismo ou, melhor, os abusos que os nazistas faziam dele eram terríveis com a sua ideologia da raça senhoril e o seu desprezo dos fracos, dos deficientes, das chamadas raças indignas da vida.

Foram ainda as duas ideologias do marxismo e do nazismo, que tanto devastaram o século XX e que causaram tantas dores a tantos homens, que levaram a um repensamento da ideia de misericórdia. Um mundo sem compaixão e sem misericórdia é um mundo frio. Existem testemunhos chocantes sobre a miséria humana e o desespero m que se encontrava o mundo ateu do marxismo da União Soviética, onde se vivia na total ausência de misericórdia. Sabemos que, no fim, com a misericórdia, a justiça também foi perdida e pisoteada.

João XXIII, no seu discurso de abertura do Concílio Vaticano II, já disse: "Hoje, a Igreja prefere usar o remédio da misericórdia em vez da severidade". O futuro Papa João Paulo II viveu o terror da Segunda Guerra Mundial, a ditadura nazista e comunista na Polônia, uma situação de injustiça, de falta de direito e de misericórdia. Em tal situação, descobriu de novo a importância da misericórdia bíblica e promulgou a segunda encíclica do seu pontificado sobre o tema, Dives in misericordia. Como resposta aos terrores do século passado, o Papa Bento XVI aprofundou essa mensagem na sua encíclica Deus é amor.

Agora, o Papa Francisco fez da misericórdia o tema central e fundamental do seu pontificado. Também nele há um fundo de experiência pessoal. Nas favelas de Buenos Aires, ele encontrou pessoas que se sentem e são consideradas como resíduo, homens e mulheres, crianças e idosos excluídos do progresso econômico e cultural, crianças de rua, muitas vezes abusadas.

Ainda hoje se fala de ao menos 12 milhões de escravos em nível mundial, seres humanos forçados a viver em condições miseráveis e ao trabalho forçado. E quem de nós não pensa no destino de milhões de pessoas expostas ao terrorismo brutal e cínico, nos refugiados nas mãos de traficantes sem consciência?

O tema da misericórdia não está superado, a mensagem da misericórdia é de grande atualidade. A atualidade da misericórdia nos estimula a escavar na tradição do pensamento humano por uma resposta à nossa situação.

Embora a palavra "misericórdia" seja específica na Bíblia e na tradição bíblica, encontram-se preparações e antecipações na tradição humana do Ocidente. A tradição da filosofia e também da teoria da tragédia no Ocidente conhecem a compaixão. A tragédia clássica quer que o espectador experimente compaixão com o destino do herói e nele experimente o seu próprio destino. Daí, na teoria moderna do teatro, muitas vezes surgiu o interesse pelo ensino e pela educação moral do telespectador. Os princípios de empatia e de simpatia (syn-pathein, compaixão), portanto, são constitutivos da tradição humanista.

Em quase todas as religiões da humanidade, encontra-se a chamada "regra de ouro": "O que não queres que seja feito contigo não faze ao outro", ou, na sua formulação positiva: "O que queres que seja feito contigo faça também ao outro". Essa "regra de ouro" é uma herança de toda a humanidade. Ela é uma regra de empatia, que pede que ultrapassemos o próprio eu, que nos coloquemos na situação do outro e que se atue como eu gostaria que o outro agisse em tal situação comigo.

Esses exemplos mostram uma concepção do homem que não é autorreferencial e fechado em si mesmo, mas de um homem que deve se abrir ao outro, uma antropologia do empathein e do sympathein com o outro, e uma compreensão de si mesmo a partir do outro, ao outro e no outro.

A tradição bíblica vai além. No entanto, é necessário acrescentar, já agora, que o Alcorão islâmico participa, em certa medida, da tradição bíblica, razão pela qual, com a misericórdia, está em jogo não só a concepção do homem, mas também de Deus.

Cada Sura corânica (exceto uma exceção) começa com a invocação de Alá onipotente e todo-misericordioso. Há, portanto, semelhanças com a concepção bíblica da misericórdia, semelhanças que são importantes para o diálogo inter-religioso e para a autocompreensão do Islã, que contradiz o terrorismo.

No entanto, justamente ali onde aparece a semelhança, também aparece a dessemelhança decisiva entre a Bíblia e o Alcorão. De fato, a concepção de Alá como Deus não é a mesma que se tem de Javé no Antigo Testamento e do Deus Pai de Jesus. Um Deus que, por causa da sua misericórdia, se abaixa a ponto de se tornar homem e morrer na cruz. Tal concepção é totalmente inimaginável para o Islã; ao contrário, ela é fortemente rejeitada e considerada em estrita contradição com a transcendência absoluta de Deus.

Assim, já nesse ponto evidencia-se que, com a ideia da misericórdia, não só a concepção do homem como ser com e para os outros, mas também a concepção judaico-cristã de Deus mesmo entram em jogo. Com a misericórdia, tocamos a verdadeira identidade do cristianismo.

Ela pressupõe um fundamento geral, que remonta à criação do homem, razão pela qual não é bom que ele esteja sozinho; assim, existe uma sólida base comum para o diálogo inter-religioso, que hoje é tão importante para a paz e para a sobrevivência da humanidade.

Existem abordagens humanas hermenêuticas para a concepção da misericórdia. Porém, justamente nisso, insiste uma religião humanística geral, que ultrapassa a diferença específica cristã e, por assim dizer, ultrapassa a contribuição específica do cristianismo nesse diálogo pelo bem de todos. (...)

A afirmação "Deus é misericórdia" significa que Deus tem um coração pelos miseráveis. Ele não é um Deus, por assim dizer, sobre as nuvens, desinteressado no destino dos homens, mas, ao contrário, deixa-se comover e tocar pela miséria do homem. Ele é um Deus compassivo, um Deus "simpático" (no sentido original dessa palavra).

Esses e outros argumentos levaram a teologia recente a uma nova reflexão sobre a imutabilidade e a impassibilidade de Deus. Por causa da sua perfeição absoluta, Deus não se comove, mas, por causa da sua soberania na caridade, em um sentido ativo e livre, Ele se deixa comover e tocar pela miséria do homem. Não há paixão, mas há compaixão em Deus.


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