Por: Jonas | 12 Dezembro 2014
Nos dias 14 e 15 de fevereiro, será realizado um Consistório para a nomeação de novos cardeais. Será o segundo convocado por Jorge Mario Bergoglio. A informação foi anunciada oficialmente pelo porta-voz vaticano, Federico Lombardi, durante uma coletiva de imprensa a respeito da reunião em curso dos nove cardeais conselheiros do Papa.
Fonte: http://goo.gl/MLrPg4 |
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por Vatican Insider, 11-12-2014. A tradução é do Cepat.
O próximo encontro do chamado C9 também acontecerá em fevereiro de 2015 (de 9 a 11), e “haverá uma releitura de conjunto do estado atual das orientações e das propostas para a reforma da Cúria, para que se possa apresentar no Consistório, previsto imediatamente após, nos dias 12 e 13 de fevereiro, que acompanhará, nos dias 14 e 15, um Consistório para a criação de novos cardeais”, explicou o jesuíta.
Trata-se do segundo Consistório do Papa Francisco, após aquele do dia 22 de fevereiro de 2014 em que nomeou 19 novos purpurados, dezesseis dos quais (com menos de oitenta anos) com a possibilidade de participar de um eventual conclave. Nessa ocasião, o Papa decidiu (coerentemente com a sua ideia missionária da Igreja e suscitando algumas surpresas) impor o barrete cardinalício apenas para quatro italianos (os três curiais Parolin, Stella e Baldisseri, e o bispo diocesano, Basetti, de Perugia) e apenas para quatro curiais (além dos italianos, o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Gerhard Ludwig Müller).
Na atualidade, os cardeais eleitos são 112, mas com o aniversário (em 12 de dezembro) de Julius Riyadi Darmaatmadja (jesuíta como Jorge Mario Bergoglio e arcebispo emérito de Jacarta, ausente por motivos de saúde durante o Conclave de 2013) e de Giovanni Lajolo (no dia 3 de janeiro), o Papa buscará conservar a prática introduzida por Paulo VI de não contar com mais de 120 cardeais eleitos. Por essa razão, terá à disposição 10 “lugares” (ainda que no dia três de março o número se eleve para 11, pois o cardeal egípcio Antonio Naguib completará oitenta anos).
Durante a reunião do C9, que está acontecendo com a presença do Papa (exceto, como de costume, quando há audiências gerais) desde terça-feira pela manhã, foram levantadas três questões, segundo apontou Lombardi. Sobretudo, na terça-feira passada e durante parte da quarta-feira, o C9 se debruçou sobre as propostas de “integração” e “possíveis melhorias” que surgiram durante um encontro que foi realizado, no último dia 24 de novembro, com os encarregados dos dicastérios vaticanos, tanto sobre questões de ordem geral como sobre as perspectivas específicas de fundir os Pontifícios Conselhos em duas Congregações (leigos e família, por um lado, e justiça, paz e caridade, por outro).
As hipóteses de trabalho foram entregues aos cardeais do C9 pelo secretário do grupo, o bispo de Albano, Marcello Semeraro. Os cardeais que ajudam o Papa no governo da Igreja universal e na reforma da Cúria levaram em consideração as propostas, avaliaram e acolheram, confirmando a substância e a orientação que apresentam em linhas gerais. Em resposta aos que perguntaram sobre o clima geral da reforma, Lombardi respondeu mencionando o antigo provérbio italiano: “Quem deixa a via velha pela nova...”, pois não falta “uma compreensível preocupação com a incerteza” sobre o futuro dos respectivos entes curiais.
O segundo tema enfrentado pelo C9 foi a evolução da recém criada comissão para a defesa dos menores, coordenada pelo cardeal Sean O’Malley, e em relação à qual foram levadas em consideração as candidaturas para integrar o organismo, que deverá ter 18 membros (já existem 9) para representar todos os continentes. A seleção terminará provavelmente durante a próxima plenária do órgão, prevista de 6 a 8 de fevereiro.
O terceiro ponto enfrentado foi a questão econômica, com um relatório entregue aos cardeais conselheiros pelo vice-coordenador do também novo Conselho para a Economia, o maltês Joseph F. X. Zahara, que “expôs as atividades” do organismo, cuja última reunião foi no dia 2 de dezembro, além das “recomendações para proceder com a reconfiguração dos organismos econômicos da Santa Sé”, começando pela nomeação pendente do Revisor geral e pelo novo papel da Apsa (a Administração para o Patrimônio da Sede Apostólica).
“Não acredito que tenham falado das investigações” vaticanas relacionadas à Angelo Cajola e Lelio Scaletti, respondeu Lombardi.
“Estamos no curso de um processo de reforma que continua, não há decisões formais e existe muita margem de tempo no horizonte”, disse Lombardi sobre a reforma da Cúria, aludindo ao que havia afirmado o próprio Pontífice em uma recente entrevista com o jornal argentino “La Nación”, na qual excluiu a conclusão do trabalho em 2015.
O encontro desta semana foi o sétimo do Conselho dos Cardeais, após as reuniões de 3 e 11 de outubro de 2013, de 3 a 5 de dezembro de 2013, de 17 a 19 de fevereiro de 2014, de 27 a 30 de abril de 2014, de 1 a 4 de julho de 2014 e de 15 a 17 de setembro de 2014.
O conselho dos cardeais, coordenado por Maradiaga (de Honduras) é composto por Pietro Parolin (Secretário de Estado), Bertello (Itália), Errázuriz Ossa (Chile), Gracias (Índia), Marx (Alemanha), Monsengwo Pasinya (República Democrática do Congo), O’Malley (Estados Unidos), Pell (Austrália).
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O Papa convoca um Consistório para os dias 14 e 15 de fevereiro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU