Por: André | 11 Setembro 2014
O Papa Francisco completou a composição do Sínodo Extraordinário sobre a Família, que acontecerá no Vaticano de 05 a 19 de outubro, e nomeou pessoalmente tanto os participantes previstos pelos estatutos como os 26 padres sinodais (entre os quais há vários cardeais e bispos italianos de todas as tendências); também aprovou a designação dos demais participantes que não terão direito a voto: “delegados fraternos” de outras Igrejas cristãs, especialistas e ouvintes, entre os quais haverá 13 casais. O cardeal Gianfranco Ravasi será o encarregado de escrever a mensagem final.
A reportagem é de Iacopo Scaramuzzi e publicada no sítio Vatican Insider, 09-09-2014. A tradução é de André Langer.
No Sínodo Extraordinário (o terceiro desde que esta instituição foi criada depois do Concílio) se reunirão, sob o título “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”, 253 participantes no total; desses, 192 têm direito a voto. Como indicam os estatutos, 162 dos participantes são “ex oficio”: todos os presidentes das 114 Conferências Episcopais do mundo, os 25 prefeitos dos dicastérios da cúria romana, os nove membros do conselho ordinário do Sínodo, os 13 encarregados das Igrejas católicas orientais “sui iuris” e os membros da estrutura diretiva (o secretário-geral do Sínodo, o cardeal Lorenzo Baldisseri, o subsecretário, mons. Fabio Fabene, e os cardeais residentes delegados: o francês André Vingt-Trois, o filipino Luis Antonio Tagle, o brasileiro Raymundo Damasceno Assis; o relator-geral, o cardeal húngaro Peter Erdö; o secretário especial, o arcebispo de Chieti-Vasto, Bruno Forte; e, a novidade dada a conhecer na terça-feira, a comissão para a mensagem: o presidente Ravasi e o secretário mons. Víctor Manuel Fernández, reitor da Pontifícia Universidade Católica Argentina). Além disso, participarão três membros eleitos para representar os religiosos: o prepósito geral dos Jesuítas, Adolfo Nicolás, o superior geral da Ordem dos Capuchinhos, Mauro Joheri, e o superior dos Josefinos de Murialdo, Mario Aldegani.
A Sala de Imprensa da Santa Sé indicou na terça-feira os nomes dos demais participantes do Sínodo, começando pelos 26 membros “ex nominatione pontificia”, mapa para apreciar a discussão aberta que o Papa quer sobre o tema da família, sem excluir questões controvertidas como a hipótese de conceder a comunhão aos divorciados recasados, a nulidade matrimonial, os anticoncepcionais, a teoria de gênero, a pastoral com os casais homossexuais.
Jorge Mario Bergoglio nomeou os cardeais Sodano, Danneels, Kasper, Scola (Milão), Caffarra, Martínez Sistach (Barcelona), Vingt-Trois (Paris), Ton Hong (Hong Kong), Tempesta (Rio de Janeiro), Yeom Soo-Jung (Seul), Ouedraogo (Burkina Faso), Sebastian Aguilar, Sgreccia e Bertello (não foram incluídas personalidades como os cardeais Ruini e Bertone); os bispos Tonucci (Loreto), Menichelli (Ancona), Aguiar Retes (Tlalnepantla), Couto (Nova Déli), Fernández, Garza Trevino (Negra), Madi (São Paulo, dos maronitas brasileiros), Solmi (Parma) e mons. Pinto (decano do Tribunal da Rota Romana), os jesuítas François-Xavier Dumortier (reitor da Gregoriana) e Antonio Spadaro (diretor da revista La Civiltà Cattolica), e o padre Manuel Jesús Arroba Conde (professor de direito canônico na Lateranense).
Além disso, participarão 16 especialistas, 38 ouvintes (13 casais e 12 solteiros) e oito «delegados fraternos», que representarão as demais Igrejas cristãs, como o bispo Hilarion do Patriarcado de Moscou e de todas as Rússias.
Na dinâmica de renovação da Igreja que o Papa Francisco quer, a atualização da instituição sinodal manifesta-se especialmente no processo de preparação e na dinâmica das assembleias. Este projeto, iniciado com a convocação da Assembleia Sinodal, está sendo levado a cabo de maneira nova ou renovada com ações concretas. O critério de renovação é o de pintar primeiro o quadro e colocar a moldura depois. A normativa em vigor é o caminho pelo qual corre o trem do desenvolvimento. Prosseguindo, se darão os passos necessários para emendar normas ou, eventualmente, colocar em marcha uma reestrutura verdadeira e própria do organismo sinodal.
O itinerário do próximo Sínodo terá duas etapas: a Assembleia Geral Extraordinária de 2014 e a Assembleia Geral Ordinária de 2015. Aplicar-se-á uma nova metodologia interna de trabalho, que tornará mais dinâmico e participativo o seu desenvolvimento com intervenções e testemunhos, e cujo caminho terá presente a continuidade rumo à segunda etapa, após a qual se publicará o documento sinodal.
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Bergoglio completa as nomeações para o Sínodo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU